A China deu um passo além no reconhecimento facial: uma câmera que identifica rostos a 100 quilômetros

O sistema experimental funciona com uma combinação de inovações, entre elas vários módulos a laser

Em teoria, ele seria capaz de identificar rostos desde a órbita / Imagem: Academia Chinesa de Ciências | Bernard Hermant | NASA
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

A China segue avançando sem freios em tecnologia. Embora muitas inovações estejam focadas no campo civil, outras reforçam seu poder militar e de inteligência. Prova disso é um sistema experimental que promete analisar objetos a quilômetros de distância. Estamos falando de uma tecnologia que pode representar um salto importante em suas capacidades de espionagem.

A informação vem do South China Morning Post, que detalha como uma equipe do Instituto de Pesquisa de Informação Aeroespacial da Academia Chinesa de Ciências conseguiu realizar observações bem-sucedidas com um sistema inovador a laser. Esse sistema opera em comprimentos de onda ópticos e ajuda a obter imagens a distâncias enormes, se certas condições forem atendidas.

Um novo sistema de observação

Como podemos ver na representação visual, os pesquisadores instalaram o sistema em uma das margens do lago Qinghai, um imenso lago alpino no remoto noroeste da China. Do outro lado, a 101,8 km de distância, instalaram um conjunto de refletores. O impressionante é que, apesar da enorme distância, o sistema conseguiu distinguir detalhes de apenas 1,7 mm de largura.

O laser faz toda a diferença. Segundo os pesquisadores, ele alcança uma precisão de 15,6 mm ao medir distâncias, o que teoricamente ridiculariza câmeras espiãs e telescópios com lentes, superando-os em 100 vezes. No entanto, as observações devem ser realizadas em condições climáticas ideais, com vento estável, baixa nebulosidade e, no caso de observações orbitais, céus totalmente limpos.

Satélite

Embora os testes tenham sido realizados em terra, o jornal de Hong Kong aponta que essa tecnologia poderia ser usada para espionagem a partir do espaço. Sua capacidade sem precedentes de captar detalhes permitiria identificar rostos desde a órbita ou, inversamente, analisar satélites de países adversários com grande precisão a partir da superfície do nosso planeta.

Satélite

Se a pergunta é como eles conseguiram isso, a resposta está em uma combinação de inovações. Para começar, os pesquisadores dividiram o feixe de laser em uma matriz de microlentes de 4x4, o que permitiu ampliar a abertura óptica do sistema de 7,2 mm (0,68 polegada) para 68,8 mm (2,71 polegadas). Com essa abordagem, conseguiram superar a limitação habitual entre o tamanho da abertura e o campo de visão.

Além disso, incorporaram um módulo laser especializado capaz de emitir sinais com frequências superiores a 10 gigahertz. Graças a isso, o sistema alcançou uma resolução de alcance extremamente fina, permitindo medições de distância com alta precisão. Ao mesmo tempo, foi mantido um espectro de cor estreito para melhorar a resolução do azimute, otimizando assim a detecção de detalhes.

Imagens | Academia Chinesa de Ciências | Bernard Hermant | NASA

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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