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Fabricantes de celulares apostaram tudo em impressões digitais, mas acontece que elas podem ser apagadas

A ciência já criou até nome para a perda das digitais: adermatoglifia. E pode acontecer com você!

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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Praticamente todos os celulares Android comercializados nos últimos anos contam com um leitor de impressões digitais. Eles são uma alternativa relevante aos sistemas de reconhecimento facial, que são meio trambolhudos e difíceis de esconder dentro dos aparelhos, mesmo com as tecnologias atuais.

As impressões digitais formam um padrão único de cristas e sulcos na pele das pontas dos dedos, sendo capazes de permitir diferenciar até mesmo gêmeos idênticos. Mas elas não são imutáveis no ser humano: podem mudar de formato com o tempo e até mesmo desaparecer. Isso não representa um problema, mas é uma consideração que vale a pena conhecer.

As impressões digitais podem desaparecer

Mara Johnson é uma escaladora de 33 anos e uma das poucas pessoas no mundo que perdeu completamente suas impressões digitais, conforme reportado pela revista Wired. Ela até mesmo teve problemas para renovar seu documento de identidade, pois não conseguia registrar suas digitais.

Essa condição de ausência de impressões digitais recebeu até um nome pela ciência: adermatoglifia. Johnson não é a única afetada, embora faça parte de uma minoria.

Dados do Ministério de Assuntos Internos do Líbano mostram que 0,18% das pessoas que solicitaram carteiras de identidade biométricas não possuíam impressões digitais, com predominância feminina e maior incidência entre a população idosa. Eram 259 pessoas, sendo que, dessas, 137 apresentavam alguma condição dermatológica que causou a adermatoglifia, enquanto as outras se enquadravam em quatro categorias diferentes de perda: queimaduras, amputações, distonia e feridas.

Mais do que os números, é interessante saber as causas que podem levar ao apagamento ou modificação de nossas impressões digitais. Há várias: queimaduras, amputações, malformações, feridas, problemas dermatológicos como dermatite e até o envelhecimento. Há até mesmo estudos que indicam que a quimioterapia pode afetar as impressões digitais.

Outro fato é que, se praticarmos esportes com muito impacto nos dedos ou até mesmo se tivermos trabalhos físicos que exijam um uso muito intenso das mãos, é bastante provável que nossas impressões digitais mudem com o tempo.

Sempre há uma segunda chance

Felizmente, se o celular não reconhecer a impressão digital, ele permitirá o acesso por meio do código que estabelecemos. A biometria nunca funciona como o único método de desbloqueio, justamente porque esses tipos de situações podem ocorrer.

O sistema de reconhecimento facial também não é perfeito, sendo sensível a mudanças faciais relacionadas ao crescimento de barba, cirurgias estéticas, óculos ou qualquer outro tipo de modificação no rosto que não bata com a leitura original.

Este texto foi traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagem | Xataka

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