Desde 1957, o dia 4 de julho está associado ao Fiat 500. Ele foi apresentado inicialmente nessa data e, cinquenta anos depois, a marca italiana relançou o Fiat 500 em uma versão neo-retrô de sucesso mundial. Em 2025, a Fiat voltou a escolher a data de 4 de julho para apresentar oficialmente o Fiat 500 híbrido.
Cinco anos depois do lançamento do Fiat 500e, um carro projetado desde o início para ser 100% elétrico, seu sucesso comercial se apagou. Após conviver com o antigo Fiat 500 Mild Hybrid até 2023, quando este deixou de ser fabricado e vendido na Europa, o Fiat 500 elétrico ficou sozinho. Sozinho a ponto de a fábrica italiana que o produz ter ficado parada por vários meses porque o 500e quase não encontra compradores. Agora, contará com uma nova versão híbrida que já começou a ser fabricada em pré-série.
Fiat 500: de carro barato a carro de luxo
“O retorno do Fiat 500 híbrido é uma promessa cumprida, uma vitória de uma equipe comprometida que escolheu focar no cliente e no futuro”, afirma Olivier François, CEO da Fiat e Diretor Global de Marketing da Stellantis.
Por ocasião da apresentação do novo Fiat 500 híbrido, a Fiat informou que a produção do novo modelo começará em novembro “com um objetivo de produção de 5.000 unidades até o final do ano” e será celebrada com uma série especial chamada Fiat 500 Torino “em homenagem à cidade, aos seus trabalhadores e às nossas raízes, porque Turim significa Fiat e Fiat significa Turim”, acrescentou Olivier François.
O Fiat 500 híbrido é uma necessidade para a Fiat. As vendas do Fiat 500 elétrico empalidecem frente às da última geração do Fiat 500 com motor a gasolina. Em seus cinco anos de vida, o Fiat 500e alcançou 200.000 entregas e registrou seu melhor resultado em 2023, com 77.000 unidades vendidas. Em 2024, as vendas despencaram para cerca de 20.700 unidades, obrigando a Fiat a pausar sua produção por vários meses de forma intermitente.
As razões para a recepção fria desse carro, que contrasta com o sucesso esmagador do Fiat 500 com motor térmico (mais de dois milhões de unidades entre 2017 e 2020), estão essencialmente em seu preço. O Fiat 500 elétrico é um carro caro demais para o que oferece, especialmente em comparação ao antigo modelo a gasolina mild hybrid.
O antigo Fiat 500 mild hybrid com selo ECO custava, em suas versões topo de linha, menos de 20.000 euros, enquanto o modelo elétrico começa em 29.050 euros, com motor de 95 cv e pequena bateria de 23,7 kWh com autonomia de apenas 190 km. Para ter acesso a uma autonomia WLTP de 330 km, é preciso desembolsar mais de 30.000 euros pela versão de 118 cv e bateria de 42 kWh.
Enquanto isso, a BYD oferece o Dolphin Surf, um carro urbano de 4 metros (40 cm maior que o Fiat 500e), com autonomia de 330 km por um preço que parte de 19.990 euros.
Ou seja: mais de 10.000 euros a mais por um carro com desempenho inferior e alcance de uso muito mais limitado. Isso não agradou à maioria dos clientes. De modo geral, é preciso reconhecer que a maioria dos carros elétricos do grupo Stellantis é cara demais, o que se traduz em uma queda constante nas vendas. E foi isso que levou à “demissão” do CEO do grupo, Carlos Tavares.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Motorpasión.
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