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A Geração Z já mostrou há algum tempo que tem um verdadeiro pavor de falar ao telefone; e o Google quer aproveitar isso

  • 23% dos jovens da Geração Z admitem ter fobia de telefone.

  • O Google quer resolver esse problema com a ajuda de agentes virtuais.

Geração Z celular google inteligência artificial agente virtual. Imagem: Daria Nepriakhina 🇺🇦
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Sofia Bedeschi

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

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Cerca de 23% da Geração Z admite sofrer de telefobia — um medo irracional de falar ao telefone, que leva muitos jovens a evitar ao máximo atender ou fazer chamadas. Enquanto muita gente enxerga isso como um problema que afasta os jovens de um hábito ainda muito presente no dia a dia, mesmo com o avanço das novas tecnologias e meios de comunicação, o Google viu aí uma oportunidade de negócio.

Diante dessa preferência por uma comunicação assíncrona, como mandar um áudio ou uma mensagem de texto sem a pressão de responder na hora, como acontece em uma conversa por telefone, o Google até poderia ter sugerido uma forma de ajudar os jovens a superar esse medo. Mas fez o oposto: decidiu explorar essa vulnerabilidade da Geração Z para mantê-la ainda mais conectada à sua plataforma.

Google ao “resgate” da Geração Z

Com a ajuda de seus agentes virtuais, a proposta é que a inteligência artificial do Google faça ligações no lugar do usuário: para reservar uma mesa em um restaurante, perguntar o preço da vacina do pet ou resolver qualquer outra conversa simples com um estabelecimento. A ideia, por enquanto disponível só nos Estados Unidos, é exatamente o que parece.

Ao buscar um local ou serviço no Google, a inteligência artificial oferece opções já prontas, como perguntar sobre preços ou disponibilidade. Ao clicar em uma dessas opções, o sistema abre uma pequena enquete. Por exemplo, perguntando que tipo de serviço você está procurando ou quais datas seriam mais adequadas para a reserva. A partir daí, é o agente virtual que assume e faz a ligação para obter as informações.

Ainda que a proposta possa parecer uma solução prática, sobretudo para os jovens da Geração Z, que enxergam nessa tecnologia um alívio para a fobia de ligações — o que se apresenta, na verdade, é mais um passo em direção a uma sociedade impessoal, mediada por grandes corporações.

Empresas que, sob o pretexto de tornar tudo mais fácil, aprofundam nossa dependência por seus serviços.

A decisão de promover a ferramenta como um ganho de agilidade, e não como um avanço real em acessibilidade, revela com clareza quais são as prioridades por trás da inovação.

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