Indústria automotiva perto de nova crise por falta de terras raras da China

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Sofia Bedeschi

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Sofia Bedeschi

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

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Você se lembra da escassez de microchips durante a pandemia, que encareceu os carros e atrasou a produção? Agora pode estar chegando a continuação perfeita: a falta de ímãs, também essenciais nos veículos, que pode explodir a qualquer momento por causa do controle da China sobre esse setor.

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A preocupação vem de cima

Em uma carta enviada em 9 de maio ao governo dos Estados Unidos, a Alliance for Automotive Innovation, que representa fabricantes como General Motors, Toyota, Hyundai e Volkswagen, alertou que a falta de ímãs pode obrigar ao fechamento de linhas inteiras de produção. Esses componentes são essenciais para sistemas como freios ABS, transmissões automáticas, luzes, câmeras, sensores e direção assistida, segundo a Reuters.

A China controla mais de 90% da capacidade global de processamento de ímãs feitos com terras raras, minerais indispensáveis para veículos modernos e elétricos. Em abril, o país impôs novas restrições às exportações, obrigando as empresas a conseguir licenças que exigem trâmites complexos e centenas de páginas de documentação. 

Como resultado, as exportações de ímãs caíram pela metade naquele mês, aumentando ainda mais a pressão sobre a cadeia global de suprimentos. O impacto é significativo.

“Sem acesso confiável a esses elementos e aos ímãs, os fornecedores não conseguirão fabricar partes críticas dos automóveis”, reforçaram tanto a Alliance quanto a Motor & Equipment Manufacturers Association (MEMA).

Crise dos ímãs

Embora alguns fornecedores da Volkswagen já tenham recebido licenças, outros fabricantes, incluindo indianos, alertaram que poderiam parar suas operações no início de junho se nada mudar.

A indústria não tem uma saída simples. Mais de 90% da capacidade global de produção de terras raras está na China. Apesar de existirem minas nos Estados Unidos e iniciativas de reciclagem de eletrônicos, esses esforços só devem alcançar escala significativa em alguns anos, segundo o The Drive.

Enquanto Washington e Pequim se acusam de descumprir acordos comerciais, as montadoras do mundo encaram uma ameaça real e iminente. Em um mercado já afetado pela pandemia e por conflitos geopolíticos, a dependência da China para produzir os carros do futuro pode se tornar o maior obstáculo para a indústria.

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