Você sabe o que é um datacenter? Conhecido como centro de processamento de dados, um datacenter abriga uma série de estruturas tecnológicas para o funcionamento de sistema de computação, sendo responsável por armazenar informações, processar dados e manter os sistemas digitais em funcionamento. O grande X da questão, contudo, é a enorme quantidade de energia elétrica que esses centros consomem para sua operação.
Um exemplo do consumo elevado de energia é o novo centro de dados de inteligência artifical que será construído no estado de Wyoming, nos EUA. Quando começar a funcionar, os computadores gastarão cerca de 1.8 Gigawatts, mas pode chegar a até 10 Gigawatts, cinco vezs o que o estado consome atualemtne. A construção gigantesca será erguida em Cheyenne, capital e maior cidade do estado, e levanta sérias questões sobre o uso de energia e as demandas necessárias para o seu funcionamento.
Cheyenne: a capital do poder computacional
Com clima frio e abundância energética barata, Cheyenne é uma cidade que abriga datacenters da Microsoft desde o ano de 2012. Em 2024, a Meta, uma das empresas mais valiosas do mundo, dona de plataformas como o Facebook, Instagram e WhatsApp, também começou a construção de um datacenter na região avaliado em U$800 milhões, o equivalente a mais de 4 bilhões de reais. E agora, a empresa regional de infraestrutura energética Tallgrass, juntamente com a desenvolvedora de datacenter de inteligência artificial Crusoe, anunciaram a instalação de um imenso centro de dados voltado para inteligência artificial na região. A grande diferença é que esse novo datacenter vai produzir a sua própria energia a partir da geração de gás e fontes renováveis.
Novo data center pode consumir o dobro de eletricidade que o estado produz em um ano
Diferente dos demais datacenters de Cheyenne, o novo projeto foi anunciado com capacidade inicial de 1,8 gigawatts de energia, mas pode chegar a 10 gigawatts, mais do que todas as casas do estado de Wyoming seriam capazes de consumir juntas. Para se ter ideia, um único gigawatt pode abastecer até 1 milhão de residências.
Vale dizer que Wyoming já é um dos maiores exportadores de energia dos Estados Unidos, produzindo cerca de 12 vezes mais do que consome, principalmente a partir de carvão, petróleo e gás natural, combustíveis fósseis. O estado só fica atrás do Texas, Novo México e Pensilvânia. Ainda assim, mesmo diante da sua enorme capacidade energética, o tamanho desse datacenter é tão grande que ele terá a própria geração de energia dedicada para atender sua demanda.
Quais são os impactos ambientais dos datacenters?
Apesar dos datacenters serem fundamentais para o funcionamento de sistemas de comunicação, eles escondem uma problemática muito grande: o alto consumo de energia elétrica. De acordo com o relatório Agência Internacional de Energia (AIE), os Estados Unidos e a China são os países que mais consomem energia nos datacenters.
Mas como isso impacta negativamente o meio ambiente? O grande problema dos datacenters é que eles dependem de muita energia para funcionar, energia que é gerada pela queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural. Ou seja, eles acabam se tornando grandes fontes de emissão de carbono, um problema ambiental que intensifica o efeito estufa, causando o aquecimento global e a intensificação de eventos climáticos extremos. Uma das formas de reduzir o impacto ambiental desses centros é investindo em fontes renováveis para a geração de energia, como energia eólica e solar.
Data center vão ser abastecidos com energia renovável
Segundo os desenvolvedores do projeto, a eletricidade virá de uma combinação entre gás natural e fontes renováveis, reduzindo o impacto ambiental do projeto. A proposta também é vista como uma oportunidade para fortalecer a indústria local de gás, uma das maiores do país. No entanto, a grande preocupação dos moradores é que um centro de dados desse tamanho pode pressionar as redes elétricas e refletir nas contas dos consumidores. O novo centro será construído ao sul de Cheyenne, próximo à divisa com o Colorado, e depende de aprovação dos órgãos reguladores estaduais e locais.
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