A Jaguar, ícone do luxo britânico e da esportividade elegante, tentou dar um giro ousado na sua comunicação pra redesenhar a própria imagem. Mas o resultado pegou mal: um comercial sem carro, um novo logo minimalista (e sem o famoso felino) e uma enxurrada de reações divididas — pra não dizer francamente confusas. Agora, com a marca em busca de uma nova agência de publicidade, a dúvida fica no ar: será que a Jaguar exagerou na tentativa de inovar e saiu dos trilhos?
Um comercial de carro... sem carro? Foi corajoso. Talvez demais.
Algumas decisões são difíceis de ignorar — como lançar uma campanha publicitária de automóveis sem mostrar um único carro. Numa tentativa de transmitir sua “renascença”, a Jaguar apostou em um vídeo conceitual, cheio de imagens estilizadas e mensagens visuais abstratas. O problema? Nenhum sinal dos modelos icônicos da marca. Pra completar, o novo logo chegou tão limpo que até o famoso jaguar foi deixado de fora.
Gênio ou gafe? Nas redes sociais, o veredito não demorou. A maioria das pessoas não entendeu a proposta e criticou o rompimento radical com o DNA da marca. Porque se tem algo que o público espera de um comercial da Jaguar, é aquele charme britânico com motor potente e uma dose de classe.
E dessa vez, não teve nada disso...
Type 00: design radical, recepção gelada
Foi assim que o público conheceu o Type 00, um concept car com design futurista, quase distópico. A proposta era clara: representar a nova direção estética da Jaguar — ousada, vanguardista, disruptiva. Mas o visual extremamente radical só serviu pra aumentar o desconforto geral.
Num mercado onde até as marcas de luxo enfrentam o desafio de equilibrar inovação e tradição, a Jaguar parece ter tentado um salto arriscado demais. Diante da situação financeira delicada da marca, dá até pra entender a aposta. Mas a verdade é que ela não conseguiu nem encantar, nem tranquilizar o público.

Mudança de agência: um recuo silencioso?
Mais uma reviravolta no caminho da Jaguar: segundo o The Telegraph, a marca estaria procurando uma nova agência de comunicação. A decisão inclui o fim da parceria com a Accenture Song e com a agência interna Spark44, em atividade desde 2021.
Oficialmente, o discurso é de repensar a estratégia global e alinhar os esforços com novos objetivos. Mas, nos bastidores, é difícil não enxergar isso como uma forma de admitir que as campanhas recentes não funcionaram. O contrato com a Accenture iria até 2026, então o rompimento antecipado diz muito.
Jaguar em busca de sentido — e de clientes
Esse freio na comunicação não apaga o verdadeiro desafio da marca: sobreviver. Por trás do buzz negativo está uma realidade econômica dura. A Jaguar enfrenta uma concorrência brutal, a pressão por eletrificação e ainda lida com barreiras comerciais que complicam tudo.
Depois de anos lançando modelos icônicos — dos Type E aos F-Type —, a montadora britânica chegou a um ponto crítico. Se for conservadora demais, corre o risco de cair no esquecimento. Se exagerar no futurismo desconectado, pode perder de vez sua identidade.
A lição: inovar, sim. Mas sem perder a alma.
Ainda é cedo pra dizer se a Jaguar vai dar meia-volta. Talvez uma nova abordagem criativa consiga equilibrar as ambições modernas com o legado que conquistou fãs ao redor do mundo. Mas uma coisa é certa: quando sua imagem foi construída ao longo de décadas em cima da elegância e da potência de um felino, não dá pra apagar tudo de uma vez... sem sair arranhado.
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