A nova concorrente da Ryanair não é europeia: vem da Índia e tem um plano ambicioso

A Ryanair é uma companhia aérea muito criticada, mas à qual os europeus sempre recorrem. É algo do qual a própria empresa se orgulha em suas redes sociais porque, de alguma forma, o preço pesa muito em toda decisão de compra. O sucesso dessa companhia aérea de baixo custo é indiscutível, mas, agora, ela não está mais sozinha. Dividirá espaço com a IndiGo, a low cost indiana que começou a operar na Europa há poucos dias.

IndiGo? Talvez o nome não seja tão familiar quanto Iberia, KLM ou Delta, mas a IndiGo é uma das companhias aéreas mais importantes do mundo em geral e da Ásia em particular. Em termos globais, é a sétima companhia aérea em número de voos diários e a nona em volume de passageiros e rotas servidas. Na Índia, seu país de origem, é a companhia aérea mais importante, com uma participação de mercado de 64,1%. Opera a impressionante marca de 2.200 voos diários para mais de 130 destinos, a maioria domésticos e alguns internacionais.

O Boeing 787-9 da IndiGo | Imagem: IndiGo

A companhia já opera voos internacionais desde 2011, especificamente, mas, em fevereiro de 2025, anunciou um plano ambicioso de expansão por todo o mundo. O primeiro destino, pela relativa proximidade e interesses comerciais, não poderia ser outro que não a Europa. Vale destacar que a companhia já operava voos Índia-Europa com escala em Istambul e código compartilhado com a Turkish Airlines, mas não voos próprios.

Isso foi até março, quando a IndiGo anunciou seus primeiros destinos no Velho Continente: Manchester e Amsterdã. Três voos semanais para Bombaim que começaram em julho, com preços sensivelmente mais baixos e sem escalas. De fato, a IndiGo tem a única rota direta entre Manchester e a Índia.

E quanto aos preços?

A abordagem da IndiGo é semelhante à da Ryanair: voos baratos em troca de perder algumas comodidades, como seleção gratuita de assento, a própria qualidade dos assentos e a ausência de sistema de entretenimento a bordo. Embora o preço dos voos dependa de inúmeros fatores, podemos analisar um caso agora, em plena alta temporada. Um voo Manchester-Bombaim no dia 17 de julho com a IndiGo custa 608 euros (R$ 3.940) na conversão, dura nove horas e meia e não tem escalas. Mesmo não sendo voos baratos, os voos da IndiGo são muito mais interessantes em todos os sentidos.

Simulação de voo Manchester-Bombaim com a IndiGo | Imagem: IndiGo

Quanto custa a opção similar mais barata que o Skyscanner oferece? Ela sai por 509 euros (R$ 3.300), mas inclui três escalas com três companhias aéreas diferentes e um trajeto que dura 37 horas e meia. A opção mais sensata, com Qatar Airways e uma escala em Doha, custa 924 euros (R$ 5.980). A diferença é evidente.

A Índia vem com força

Com esse anúncio, a IndiGo não só se torna um importante hub Europa-Índia, como também permite ampliar conexões com o resto do mundo. Não por acaso, a Índia é um dos mercados emergentes que mais estão crescendo. Seja como for, a IndiGo tem como objetivo se tornar uma companhia aérea global até 2030 e, para concretizar esses planos, serão necessárias duas coisas.

A321neo LR 34 da Jetstar | Imagem: Jetstar

Em primeiro lugar, aviões. A empresa já possui alguns Boeing 787-9 da Norse Atlantic Airway (um avião de longo alcance, como os usados, por exemplo, pela KLM) e mais três, ainda não especificados, que serão adicionados à frota até o final do ano. Além disso, para 2027, a empresa espera receber 69 Airbus A321 XLR e 30 A350-900, aviões de longo alcance essenciais para seus planos de expansão.

Em segundo lugar, alianças. IndiGo, Air France KLM e Virgin Atlantic colaboram desde 2022, mas, em junho de 2025, adicionaram ao seu acordo a Delta Air Lines. Para quê? Para fortalecer os laços e conectar a rede doméstica da Índia a destinos em Europa, Reino Unido e Estados Unidos. Recentemente, a IndiGo também assinou uma parceria com a Jetstar para alcançar a Austrália e a Nova Zelândia. Ou seja, são mais que apenas voos internacionais, mas voos transatlânticos com códigos compartilhados, tendo Amsterdã como centro de conexão.

Imagem | IndiGo

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.