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Nem Hollywood previu isso: ciberataques chineses podem ter roubado dados de quase todos os americanos

Ataque cibernético conduzido pelo Salt Typhoon atingiu 80 países e redes estratégicas de telecomunicação

homem mexendo em computadores. Crédito: banco de imagens
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Os Estados Unidos e uma coalizão de países aliados, como Alemanha, Itália e Japão, acusaram a China de estar por trás de um dos maiores ataques cibernéticos já registrados, conhecido como Salt Typhoon. Segundo a investigação, o ataque durou anos, atingiu mais de 80 países e pode ter roubado informações de cidadãos americanos. Em um comunicado conjunto de 37 páginas, os países afirmam que três empresas chinesas teriam fornecido tecnologia e suporte digital para operações ligadas aos serviços de inteligência da China, expondo a capacidade de hackers chineses em se infiltrar em redes de telecomunicações, governos e campanhas políticas.

Entenda o que é Salt Typhoon e o que ele representa 

O maior ataque cibernético registrado, o Salt Typhoon, foi descrito por autoridades britânicas e americanas como um ataque “sem restrições” e “indiscriminado”. Mas o que isso significa e representa para a segurança digital? Mais do que uma “simples” invasão, o suposto ataque cibernético chinês tratou-se de uma campanha coordenada e de longo prazo, que conseguiu se infiltrar em grandes empresas de telecomunicações, hospedagem, transporte e até infraestrutura militar.

De acordo com investigadores, três empresas chinesas, Sichuan Juxinhe Network Technology, Beijing Huanyu Tianqiong Information Technology e Sichuan Zhixin Ruijie Network Technology, forneceram produtos e serviços para apoiar a operação, em parceria com agências de inteligência militar e civil da China.

Espionagem política: dados de políticos americanos estavam entre os alvos

Um dos pontos mais preocupantes da investigação foi a descoberta de que o Salt Typhoon acessou informações privadas de figuras políticas. Entre os alvos estavam o presidente Donald Trump e JD Vance, atual vice-presidente, durante a campanha eleitoral do ano passado. Autoridades disseram ainda que o ataque também atingiu os democratas.

Além disso, os hackers conseguiram interceptar ligações telefônicas e mensagens de texto não criptografadas. Esse roubo de dados, segundo especialistas, pode dar ao governo chinês condições de rastrear políticos, ativistas e até espiões em diferentes países.

China negou acusações, alegando em difamação política

A gravidade do ataque levou Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão, Canadá, Finlândia e Espanha a divulgarem uma declaração conjunta acusando formalmente Pequim. A ação foi vista como um esforço diplomático para expor publicamente a China e pressionar o país em questões de segurança digital.

Pequim, no entanto, negou as acusações. O Ministério das Relações Exteriores chinês disse se opor ao que chamou de difamação com motivações políticas, acusando os EUA de recrutar aliados para incriminar a China.

Entenda o que o Salt Typhoon significa para a segurança cibernética

O Salt Typhoon marca o início de uma nova fase da ciberespionagem chinesa. De acordo com a ex-diretora-adjunta de inovação digital da CIA, Jennifer Ewbank, em entrevista ao jornal The New York Times, a China está investindo em campanhas de ciberespionagem  mais sofisticadas e persistentes.

Além disso, autoridades americanas alertam que a China está se posicionando para dominar o campo de batalha digital, ampliando sua influência global e desafiando a segurança de países considerados rivais estratégicos, especialmente os Estados Unidos.


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