A Read AI, principal plataforma de anotações e assistente de inteligência artificial, confirmou em entrevista exclusiva o lançamento dos pagamentos recorrentes via Pix para assinaturas no Brasil. A decisão foi tomada após o número de usuários ativos semanais brasileiros na plataforma disparar mais de 220% no último ano, um crescimento que coloca o país no topo da lista de mercados prioritários da companhia.
O CEO da Read AI, David Shim, destacou a importância de não adotar uma postura "US-centric" e de adaptar o produto à demanda local. A empresa enxergou o potencial do Brasil no início, quando adicionou o suporte ao português, e viu o tráfego "aumentar exponencialmente", o que levou a investimentos maciços.
O foco estratégico para o pagamento
O Pix recorrente é a culminação de uma série de adaptações iniciadas pela demanda brasileira. O Brasil se tornou o primeiro mercado global onde a Read AI oferece o produto em Reais, e não em dólar. Shim detalhou o desafio técnico e a lógica por trás da decisão:
“O Pix recorrente representa um passo importante em nossa estratégia, mostrando o quanto estamos comprometidos com o Brasil... fomos o primeiro mercado no mundo onde agora estamos oferecendo o Read em reais, o que exigiu que nosso sistema fizesse toda a conversão no back end... [O Pix] é um processo único. Foi preciso transformar o processo de onboarding especificamente para o Brasil.”
A empresa viu que 95% dos usuários queriam o Pix. Além de evitar taxas de cartão de crédito (citado por 39% dos usuários), o Pix resolve um problema de "fricção" doloroso:
“As pessoas ficam frustradas com as dificuldades de utilizar um cartão de crédito, especialmente em transações internacionais. As transações são rejeitadas... ter o Pix em vigor foi uma forma de dizer: ‘uso isso mais da metade do tempo para todas as minhas transações, estou confortável com este processo’... isso dá aos brasileiros mais flexibilidade.”
Insights únicos da cultura brasileira
A entrevista revelou como a cultura de trabalho brasileira está moldando a própria IA da Read AI. Shim explicou que o modelo multimodal da empresa, que rastreia não apenas palavras, mas também sinais não verbais (como sorrisos, olhares e o uso das mãos), teve que ser ajustado para o mercado local:
“A cultura de reuniões no Brasil é única: enérgica, colaborativa e altamente envolvente... se usássemos o modelo dos EUA para o Brasil, diríamos: ‘Oh, engajamento super alto, todos amam a reunião’. Isso não é necessariamente verdade. Acontece que, de uma perspectiva cultural, vocês têm mais sentimento positivo, mais engajamento. Nossos modelos ajustam-se culturalmente para que possamos detectar se eles estão apenas um pouco distraídos, mesmo que estejam sorrindo.”
A análise da plataforma confirmou que o país lidera em engajamento geral e equilíbrio no tempo de fala, refletindo uma comunicação espontânea e colaborativa.
Agentes inteligentes
No contexto da busca por eficiência, a adoção do Agentic Workflow Suite (conjunto de agentes inteligentes) no Brasil tem se destacado em três áreas:
- Monday Briefing: é o produto de maior engajamento. Ele combate o "Monday blues" (o desânimo da segunda-feira) enviando automaticamente os próximos passos e perguntas em aberto de sexta-feira, funcionando como um assistente pessoal.
- Recomendações: o sistema alivia o estresse do calendário ao recomendar que o usuário cancele reuniões que ele pulou repetidamente, ou sugira enviar a IA no seu lugar para tomar notas.
- Search Copilot (maior adoção): este agente está disponível para todos os brasileiros e foi classificado por Shim como o mais importante para o país. Ele permite ao usuário fazer uma pergunta (ex: "Qual o status deste projeto?") e a IA busca a resposta não apenas em reuniões, mas também em e-mails, arquivos e mensagens da equipe, fornecendo contexto completo.
O lançamento do Pix, juntamente com o Agentic Workflow Suite e a decisão de lançar o aplicativo Windows e Android (em vez de Mac/iPhone) prioritariamente no país, reforça que a Read AI está empenhada em utilizar o Brasil como um laboratório valioso para aprimoramentos globais.
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