O crescimento da energia solar no Brasil já deixou de ser tendência para virar realidade consolidada e 2025 vem mostrando isso em números que impressionam até quem acompanha o setor de perto. A capacidade instalada ultrapassou 60 GW, respondendo por cerca de um quarto de toda a matriz elétrica do país, e as projeções indicam a adição de mais 13 GW até o fim do ano. É um salto que coloca o Brasil firmemente entre os gigantes globais da geração fotovoltaica, puxado não apenas por residências, mas por um movimento corporativo que finalmente ganhou tração.
Segundo um levantamento da Aldo Solar, as buscas por “energia solar para empresas” cresceram absurdos 1.275% no Google Brasil em apenas um ano — um aumento que acompanha exatamente o avanço da geração distribuída. O interesse deixou de ser conversa de nicho e se espalhou por estados de perfis completamente diferentes. Rondônia já passa de 50 mil conexões solares; Tocantins ultrapassou 469 MW de potência; Mato Grosso do Sul superou 1,4 GW, muito por conta do agro; e o Amapá, depois dos apagões, até lançou seu próprio Atlas Solar. Até regiões tradicionalmente fora do mapa fotovoltaico entraram no jogo: o Acre cresceu 90% em um ano, Sergipe viu alta de 17% no número de consumidores e o Rio Grande do Norte adicionou mais de 22 mil sistemas só em 2024.
Para as empresas, o apelo é claro. Energia solar funciona como um investimento de longo prazo com retorno previsível, especialmente no modelo on-grid, que permite gerar créditos reaproveitáveis por até cinco anos. Já operações remotas ou que exigem autonomia total encontram no off-grid uma alternativa robusta — embora mais cara por depender de baterias. De uma forma ou de outra, o impacto no caixa é imediato: além de reduzir a conta de luz, o negócio se protege das oscilações tarifárias e ainda reforça a imagem sustentável da marca em um mercado cada vez menos tolerante ao greenwashing.
Os custos variam bastante conforme porte e necessidade, indo de cerca de R$ 36 mil para pequenos comércios até mais de R$ 14 milhões para grandes indústrias. Mas, com vida útil passando de 20 anos e payback médio entre cinco e seis, não é difícil entender por que tantos empresários finalmente decidiram entrar de cabeça no setor.
Crédito de imagem: Andia/Universal Images Group via Getty Images
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