Aos 19 anos, ele conseguiu invadir o sistema do iPhone, chamou a atenção da Apple e foi contratado. Mas um simples e-mail não respondido custou seu emprego.

Emprego na Apple e Geração Z. Imagem: Unsplash
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

O iPhone já está no mercado há quase 17 anos. Durante esse tempo, o aparelho evoluiu bastante, mas algumas coisas continuam praticamente as mesmas desde o lançamento. Uma delas é o ecossistema fechado da Apple.

A guerra contra o jailbreak

Desde o começo, a Apple sempre fez questão de manter um controle rígido sobre o que pode ou não ser feito no iPhone. Mas, desde a primeira geração do aparelho, alguns usuários buscaram alternativas para contornar essas restrições, e foi assim que surgiu o jailbreak.

O jailbreak nada mais era do que um método que explorava falhas no sistema para remover as limitações impostas pela Apple. Isso permitia acessar funções inéditas no iPhone, mas também colocava em risco a segurança do dispositivo.

O caminho de Allegra

Antes da chegada da App Store em 2008, usuários do iPhone tinham opções bem limitadas quando se tratava de personalização e instalação de aplicativos. Foi nesse cenário que surgiu Nicholas Allegra, um jovem hacker conhecido na internet como Comex, que criou seu próprio jailbreak.

Em 2010, aos 18 anos, ele lançou a primeira versão pública do jailbreak para o iPhone 4. Seu método era inovador: em vez de exigir processos complexos, ele explorava uma vulnerabilidade no Safari, permitindo desbloquear o aparelho diretamente pelo navegador.

Sempre um passo à frente

Allegra continuou aprimorando suas técnicas e, em 2011, lançou o JailbreakMe 3.0, que funcionava em vários dispositivos iOS, incluindo o iPad 2. Na época, sua habilidade impressionava tanto que a comunidade acreditava que ele estava "anos à frente" de outros hackers especializados no iOS.

Do outro lado da mesa

Mas tudo mudou naquele mesmo ano. O jovem que desafiava a segurança da Apple foi contratado pela própria empresa, passando a atuar como estagiário remoto. O que exatamente ele fazia dentro da companhia nunca ficou claro, mas uma coisa é certa: essa parceria não durou muito tempo.

O adeus à Apple

Depois de quase um ano trabalhando na empresa, Allegra anunciou em 2012, pelo Twitter, que não fazia mais parte da Apple. O motivo? Um simples e-mail não respondido.

Em outra mensagem, ele explicou que esqueceu de responder a um e-mail importante – nada menos do que a oferta para continuar na empresa. A Apple havia enviado a mensagem perguntando se ele queria renovar seu contrato por mais um ano. Como não houve resposta, a empresa simplesmente encerrou o vínculo e o jovem hacker deixou de ser estagiário.

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