Por que Microsoft e Amazon estão interessadas em usinas de gás e carvão desativadas na Europa?

Big techs querem transformar essas antigas usinas em modernos centros de dados

Big techs querem transformar antigas usinas em modernos centros de dados / Imagem: Marcin Jozwiak
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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Os compromissos climáticos assumidos pela Europa condenaram, a curto ou médio prazo, o futuro das usinas elétricas a gás e carvão espalhadas pelo Velho Continente. Muitas delas já estão fora de operação, mas, surpreendentemente, o avanço da inteligência artificial (IA) tem o potencial de salvá-las. Isso não significa, de forma alguma, que voltarão a queimar gás e carvão - a proposta em questão é reconvertê-las em centros de dados.

A Microsoft e a Amazon são, segundo a Reuters, duas das grandes empresas de tecnologia interessadas em transformar essas antigas usinas em modernos centros de dados de última geração. Seus executivos já estão negociando com as companhias energéticas Engie (França), RWE (Alemanha) e Enel (Itália) a possibilidade de usar essas instalações para esse fim. Para as empresas de energia, essa opção é muito atraente porque lhes permite "matar dois coelhos com uma cajadada só".

Por um lado, a transformação de suas antigas usinas desativadas em centros de dados garante receitas que, muito provavelmente, elas não esperavam obter. Além disso, as empresas energéticas citadas no parágrafo anterior — e outras — estão negociando com as companhias de tecnologia a possibilidade de fornecer a eletricidade necessária para o funcionamento desses centros de dados. A princípio, parece um plano sem falhas.

Um acordo em que todos saem ganhando

“Você tem todas as peças necessárias, como a infraestrutura de água e de recuperação de calor.” Essa declaração de Bobby Hollis, vice-presidente de energia da Microsoft, chama atenção para algo muito importante: as antigas usinas a gás e carvão que já não estão em operação contam com o fornecimento de água e a infraestrutura de gestão térmica dos quais os centros de dados precisam. Presumivelmente, não será necessário realizar uma adaptação de grande escala para transformar essas instalações em centros de dados operacionais.

Por outro lado, Lindsay McQuade, diretora de energia para a região EMEA (Europa, Oriente Médio e África) na Amazon, confia que as permissões necessárias para que as empresas de tecnologia operem esses centros de dados reconvertidos estarão disponíveis muito mais rapidamente do que no caso de novas instalações. Afinal, grande parte da infraestrutura já está presente nesses edifícios desde o início. De fato, a agilidade na preparação desses centros de dados e a moderação dos custos de implantação são justamente os fatores que os tornam tão atraentes para as grandes empresas de tecnologia.

Na Europa e no Reino Unido, desde 2005, foram fechadas nada menos que 190 usinas a carvão e linhito, e outras 153 seguirão o mesmo caminho antes do fim do ano de 2038. É evidente que a possibilidade de reutilizar todos esses edifícios, transformando-os em centros de dados para IA, é muito atraente. No entanto, há um desafio ainda não resolvido que pode comprometer esse plano: não está claro se a infraestrutura elétrica de alguns países é capaz de fornecer a energia que essas instalações exigem sem antes passar por um desenvolvimento em grande escala. Nesse cenário, as energias renováveis e a energia nuclear terão a última palavra.

Imagem | Marcin Jozwiak

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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