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O que aconteceu com coração de homem que correu 366 maratonas consecutivas

Brasileiro Hugo Farias correu cerca de 42 km todos os dias, quebrando recorde mundial

Hugo Farias correndo no Rio de Janeiro. Créditos: reprodução Instagram
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Laura Vieira

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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Correr uma maratona já é, para muitos, um desafio e tanto, que exige meses de preparo, determinação e muita força de vontade. Agora, imagine fazer isso todos os dias, sobre chuva ou sobre o sol, inclusive aos domingos e feriados. Parece algo muito difícil de acreditar, mas foi exatamente isso que o brasileiro Hugo Farias fez: correu 42,195 km por dia, durante 366 dias seguidos. Sua conquista provou que Hugo tem determinação de sobra, mas deixou uma pergunta no ar sobre o que acontece com o coração de alguém depois de tanto esforço. A ciência foi atrás da resposta e os resultados revelaram algumas questões sobre os limites do corpo humano.

Homem decide mudar de vida e correr 366 maratonas consecutivas

Dentro de um escritório corporativo, é difícil imaginar o que se passa no interior da cabeça dos funcionários, sobre seus sonhos, aspirações e objetivos. Hugo Farias, de 45 anos, trabalhou 22 anos como gestor executivo de contratos de operações tecnológicas, dentro de uma grande empresa do setor privado. Mas, de um dia para o outro, ele percebeu que só isso não seria suficiente em sua vida. Ele decidiu, então, abandonar a carreira corporativa para dar início a um desafio que muitos não seriam capazes de levar adiante: correr uma maratona todos os dias, por 366 dias. Mas o que leva alguém tomar uma decisão como a de Hugo? 

Inspiração é a resposta! Hugo sentia que sua vida não tinha nada de magnífica e desejava inspirar outras pessoas de alguma forma. Mas como ele chegou nessa ideia nada convencional? Hugo se inspirava no navegador Amir Klink, um brasileiro que conseguiu cruzar o Atlântico Sul em 1984 apenas remando. Além disso, ele conheceu Stephen Engels, um atleta belga que correu 365 maratonas em apenas 1 ano. Inspirado em Stephen e Amir, Hugo decidiu que correria 366 maratonas consecutivas.

Coração sob pressão? Veja o que a ciência descobriu após um ano de maratonas diárias

Após um ano correndo uma maratona por dia, Hugo Farias passou por uma série de avaliações médicas detalhadas para entender como seu coração reagiria ao estresse extremo do desafio. Os resultados, publicados na Revista Brasileira de Cardiologia, revelaram descobertas surpreendentes: apesar da intensidade dos exercícios ao longo de todo ano, a função cardíaca de Hugo não sofreu alterações prejudiciais. Durante todo o percurso, exames regulares, como ecocardiogramas e marcadores sanguíneos, monitoraram a saúde do coração de Hugo. O intuito era acompanhar como o coração do atleta se comportaria durante esse processo. A principal descoberta desse acompanhamento é que, embora o volume do exercício fosse imenso, a intensidade moderada não provocou danos ao miocárdio. Ou seja, é possível que o coração se adapte a treinos de grande desempenho, desde que a intensidade seja moderada.

Veja quais foram os desafios físicos e emocionais enfrentados durante o ano

Se para muitos malhar todos os dias já é um grande desafio para muita gente, imagine só correr uma maratona completa? É claro que esse processo exaustivo trouxe desafios físicos e emocionais, mas Hugo se preparou muito bem para que conseguisse realizar a maratona diária sem contratempos. Primeiro, ele decidiu realizar o mesmo percurso todos os dias, durante a parte da manhã, para que pudesse ficar ao lado da família e trabalhar o fortalecimento muscular durante o restante do dia.

Hugo também traçou um plano para enfrentar desafios que possivelmente surgiriam durante o processo, como lesões, problemas familiares e as variações climáticas. Mesmo assim, ele não escapou ileso, e enfrentou desafios como três quadros de diarreia e algumas lesões, como fascite plantar e pubalgia. Além disso, Hugo recebeu acompanhamento psicológico durante todo o processo, o que permitiu que ele não perdesse o foco e se mantivesse resiliente.

Com isso, Hugo conseguiu quebrar o recorde mundial de correr 366 maratonas consecutivas. Dois anos após completar o desafio que mudou sua vida, Hugo escreveu um livro, 'Nunca é Tarde Para Escrever Uma Nova História', para inspirar outras pessoas. Agora, contudo, ele pretende entrar em mais um: correr toda a extensão das Américas.

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