O ano de 2025 termina com um sentimento renovado de otimismo para o setor da computação quântica. Se antes a tecnologia era vista como um objetivo hipotético para um futuro distante, os avanços registrados nos últimos 12 meses indicam que a computação quântica prática e de "utilidade industrial" está se tornando um objetivo visível e alcançável, de modo que especialistas falaram o que pensam na conferência Q2B Silicon Valley.
Embora computadores quânticos totalmente funcionais e em larga escala ainda não estejam disponíveis nas prateleiras, marcos em hardware, algoritmos e avaliações rigorosas — como o programa de benchmarking da DARPA — mostram que a indústria mudou de patamar.
Benchmarking se mostra uma promessa com potencial
Um dos destaques do ano foi a Iniciativa de Benchmarking Quântico (QBI) da DARPA. O programa, que avalia rigorosamente diferentes arquiteturas para construir máquinas capazes de autocorrigir seus próprios erros, surpreendeu até mesmo seus gestores.
Joe Altepeter, gerente do programa, admitiu que a conclusão de 2025 é muito mais positiva do que o esperado: "É mais provável que alguém consiga construir um computador quântico realmente útil do que o contrário".
Especialistas respeitados, como Scott Aaronson, descreveram o progresso na fidelidade dos qubits e nos sistemas de controle como "espetacular". Para muitos, os blocos fundamentais de hardware já estão posicionados, restando agora "apenas" o imenso desafio de engenharia para escalar esses sistemas.
A corrida pelo hardware de 10.000 qubits
O cenário competitivo aqueceu com novos anúncios de hardware:
- QuantWare: a startup holandesa apresentou uma arquitetura para processadores supercondutores visando 10.000 qubits, um salto de 100 vezes em relação aos dispositivos atuais, com previsão de operação em até dois anos e meio.
- QuEra: promete atingir contagens de qubits semelhantes usando átomos ultrafrios em apenas um ano.
- IBM e Quantinuum: mantêm cronogramas agressivos para sistemas de larga escala, consolidando uma disputa tecnológica real entre diferentes métodos de construção.
Do laboratório para a vida real
Apesar do hardware estar avançando mais rápido que o software, 2025 também viu esforços para encontrar aplicações práticas. O Google anunciou os finalistas do XPRIZE Quantum Applications, um prêmio de US$ 5 milhões que busca casos de uso reais. Entre os projetos estão simulações biomoleculares para a saúde humana, modelagem de materiais para energia limpa e algoritmos para o diagnóstico de doenças complexas.
Além disso, marcos técnicos como a implementação do algoritmo de Shor em qubits lógicos (com proteção contra erros integrada) mostram que, embora ainda estejamos longe de quebrar criptografias modernas, os fundamentos para algoritmos complexos estão sendo validados em hardware real.
O balanço de 2025 se mostra claro: a computação quântica não é mais uma questão de "se", mas de "quando" e "qual" arquitetura cruzará primeiro a linha de chegada da utilidade prática.
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