O iPhone é fabricado na China há muitos anos; a China quer evitar que isso mude a qualquer custo

Apple está lentamente transicionando a fabricação de seus smartphones para a Índia

Apple tenta levar produção de iPhones para a Índia enquanto a China tenta atravancar o processo / Imagem: Xataka com Midjourney
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

A Apple está acelerando seu plano de diversificação da produção do iPhone fora da China, com a Índia como principal destino alternativo. É uma história que não é nova, mas que está ganhando velocidade.

Segundo reporta o Financial Times, a Apple está conduzindo essa mudança com extrema cautela para não antagonizar Pequim, que vê com receio a possibilidade de perder sua posição dominante na cadeia de suprimentos global.

Essa migração manufatureira pode acabar sendo uma das maiores mudanças na economia global em décadas. A China foi, durante duas décadas, a fábrica do mundo e o principal parceiro industrial da Apple, mas a empresa de Cook precisa minimizar seus riscos diante de uma geopolítica cada vez mais tensa e complexa.

Além disso, a China já não tem mais a mão de obra tão barata que tinha há uma década: seus salários cresceram junto com sua economia.

Em números:

  • A produção indiana do iPhone já representa 15% do total global.
  • Espera-se que alcance 25% em 2027.
  • Somente a província chinesa de Henan exporta entre 50 e 60 milhões de smartphones por ano, equivalente a toda a demanda anual do iPhone no seu maior mercado, os Estados Unidos.

Essa estratégia da Apple, conhecida como "China Plus One", começou a ser planejada há anos. Os motivos:

  • As tensões comerciais com os EUA durante o primeiro mandato de Trump.
  • Os problemas logísticos durante a pandemia, que custaram à Apple 8 bilhões de dólares em receita.
  • As restrições chinesas ao uso de dispositivos Apple por seus funcionários.
  • As novas ameaças tarifárias após o início do segundo mandato de Trump.

Pequim está criando ativamente obstáculos para esse êxodo, dificultando o movimento de técnicos chineses para a Índia. Também está restringindo a exportação de equipamentos críticos, bloqueando a entrada de fabricantes chineses na Índia e impondo obstáculos regulatórios a serviços da Apple, como o Apple Intelligence.

A Índia, por sua vez, está aproveitando a oportunidade:

A Apple precisa equilibrar com muito cuidado essa transição. A China continua sendo vital para sua cadeia de suprimentos, mas uma empresa como a Apple não pode se permitir depender de um único país em um contexto geopolítico cada vez mais volátil.

Imagem | Xataka com Midjourney

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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