Um relatório bombástico que circulou brevemente antes de ser removido de sua fonte original (Dexerto), acendeu um alerta vermelho entre colecionadores: a Funko, empresa por trás dos onipresentes bonecos Pop!, estaria à beira da falência. O artigo detalhava uma dívida crescente e perdas massivas, levando à pergunta que nenhum fã quer fazer: o fenômeno da cultura pop está com os dias contados?
A remoção do artigo original pode levantar suspeitas sobre a veracidade ou, no mínimo, sobre a interpretação das informações. O texto cita números astronômicos, como uma dívida de "P14.2 trilhões".
No entanto, o artigo aponta para um documento real e preocupante: o último relatório trimestral da própria Funko, que expressa "dúvida substancial sobre a capacidade da empresa de continuar operando nos próximos doze meses".
O alerta real por trás dos números confusos
Embora os "trilhões" citados no artigo que desapareceu sejam quase certamente um erro de cálculo, os números reais, extraídos do relatório do terceiro trimestre de 2025, já são sombrios o suficiente. O documento revela que a empresa, que já foi um empreendimento de bilhões de dólares, enfrenta uma dívida total de aproximadamente $ 241 milhões.
Além da dívida, a empresa registrou uma perda líquida de $ 61,8 milhões nos últimos nove meses. As vendas também estão em queda livre: no último trimestre, as vendas caíram 14% em relação ao ano anterior, com uma queda ainda mais acentuada de 20% no mercado dos EUA.
A situação é tão delicada que o relatório admite que os bancos não estão aceitando nem as figuras Pop! mais raras e valiosas como pagamento.
O que levou a Funko a essa crise?
Curiosamente, a empresa não culpa a saturação do mercado ou a superprodução — embora em 2023 tenha tido que destruir entre $30 e$ 36 milhões em excesso de estoque. Oficialmente, a Funko aponta para um "ambiente de varejo desafiador", causado principalmente pelas tarifas de importação dos EUA sobre produtos fabricados na China e em outros países, uma política que começou em 2025 e tem atingido duramente a indústria de brinquedos.
Apesar de ter cruzado a marca de $ 1,3 bilhão em receita em 2022, a empresa agora luta para pagar suas dívidas, com apenas $ 39,2 milhões em caixa.
O plano de salvação: adeus aos Pops, olá aos Bitty Pops?
O jogo ainda não acabou. O recém-nomeado CEO, Josh Simon, está liderando uma transformação para salvar a empresa. A Funko está mudando seu foco dos tradicionais bonecos de quatro polegadas para outras linhas de produtos, com destaque para o Bitty Pop, uma versão minúscula de 0,9 polegada que pode ser vendida em máquinas de venda automática com um elemento "surpresa".
Além disso, a empresa planeja expandir seus quiosques "Pop Yourself", onde os clientes podem criar suas próprias figuras personalizadas, e não descarta "alternativas estratégicas", o que, no jargão corporativo, pode incluir a venda da empresa para um concorrente maior, como Hasbro ou Mattel.
O que aconteceria coleções se a Funko falir?
Se o pior acontecer e a Funko realmente fechar as portas, o impacto nas coleções seria variado. Figuras raras ou ligadas a franquias fortes (como Marvel ou Star Wars) provavelmente se tornariam ainda mais valiosas entre os colecionadores dedicados.
No entanto, os Pops comuns ou menos populares poderiam se perder rapidamente seu valor de revenda.
No final, a confusão gerada pelo relatório removido serve para destacar uma crise real, embora talvez não tão apocalíptica quanto os "trilhões" faziam parecer. A Funko pode estar, de fato, em uma luta pela sua sobrevivência, mas o mercado é volúvel e se trata de uma empresa gigante com muitos meios para lidar com crises. A expressão correta para expressar a situação seria: "estão repletos de problemas, mas estão indo bem".
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