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China quer desbancar bandeiras de cartão de crédito no Brasil com o UnionPay

Maior operadora de cartões do mundo prepara sua entrada no país com modelo inovador

Celular mostrando imagem da UnionPay na tela. Créditos: banco de imagem
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Uma das maiores operadoras de cartões do mundo em volume de transações está prestes a estrear no mercado brasileiro. A UnionPay, empresa chinesa com bilhões de cartões emitidos globalmente, acaba de anunciar sua chegada oficial ao Brasil. A estreia, prevista para 2025, marca um novo capítulo na disputa entre gigantes do setor financeiro, desafiando o domínio de Visa e Mastercard. A entrada será feita por meio de uma parceria com a fintech brasileira Left, que ficará responsável por integrar a nova bandeira ao sistema bancário nacional, ao PIX e até a projetos sociais.

UnionPay: empresa chinesa de cartões chega ao Brasil

Presente em mais de 180 países e com mais de 9 bilhões de cartões emitidos no mundo todo, a UnionPay confirmou sua chegada ao Brasil em 2025 com planos ambiciosos: operar cartões com função crédito ainda no mesmo ano e se integrar ao PIX, sistema de pagamentos instantâneos mais usado pelos brasileiros.

A operação será viabilizada pela fintech Left, que atua como banco digital e promete conectar a bandeira chinesa às redes bancárias, maquininhas e caixas eletrônicos. O grande diferencial dessa parceria é o compromisso com impacto social, já que parte das taxas cobradas nas transações poderá ser direcionada a causas sociais escolhidas pelos próprios usuários, com total transparência.

A UnionPay representa uma ameaça à Visa e Mastercard?

Apesar de ser pouco conhecida por aqui, a UnionPay já domina cerca de 40% de todo o volume global de transações com cartões. Esse peso no cenário internacional coloca pressão direta sobre as bandeiras tradicionais, como Visa e Mastercard, que atuam há décadas no Brasil.

A expansão da UnionPay também está ligada à estratégia da China em fortalecer sua independência financeira global, em meio às tensões geopolíticas com os Estados Unidos. Em vez de depender de redes ocidentais como o SWIFT, a empresa usa um sistema próprio de transferências internacionais, o CIPS. Agora, esse modelo será expandido para países do Sul Global, como o Brasil.

Vale dizer que o momento da chegada da UnionPay não é por acaso. O governo dos Estados Unidos, comandado pelo presidente Donald Trump, tem ameaçado o Brasil com novas sanções, incluindo taxas de 50% sobre exportações. O motivo seria a concorrência do PIX e de empresas de pagamento norte-americanas, como VISA, Mastercard, GooglPay e WhatsApp Pay.  Por essa razão, com a entrada da UnionPay, a disputa pode ficar ainda mais acirrada.

Entenda como a UnionPay vai atuar no Brasil

Na primeira fase da operação no Brasil, a UnionPay pretende alcançar até 70% dos estabelecimentos comerciais no país, com apoio de grandes empresas do setor como Stone e Saque e Pague. A ideia é permitir que os cartões sejam aceitos em supermercados, farmácias, restaurantes, lojas e serviços em geral.

Mais de 1.500 caixas eletrônicos também já estão sendo adaptados para aceitar a nova bandeira. A emissão dos cartões ficará sob responsabilidade da fintech Left, que está construindo uma estrutura nacional para conectar a UnionPay com os sistemas de pagamento brasileiros.

Outro ponto que merece destaque da Unionpay no Brasil é em relação ao retorno social. Os usuários poderão escolher, por meio de uma plataforma, quais projetos sociais vão receber parte do valor das taxas cobradas em cada transação. Essa é uma abordagem inédita entre as grandes operadoras que atuam no país e pode atrair consumidores pela transparência e consciência social.

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