CEO da Ryanair está prestes a embolsar US$ 100 milhões por fazer com que acionistas lucrem com ele

  • Enquanto a Ryanair lida com disputas trabalhistas, o CEO espera embolsar um bônus milionário

  • Ações estão a um dia de cumprir o requisito essencial, embora o pagamento esteja condicionado à permanência de O'Leary no comando em 2028

Imagem | Ryanair, Wikimedia Commons (Conselho Mundial de Viagens e Turismo)
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Como parte de sua remuneração e incentivo para aprimorar sua gestão, CEOs de grandes empresas geralmente recebem bônus por objetivos. Elon Musk teve que recorrer à justiça diversas vezes para receber seu bônus bilionário da Tesla, após superar em muito todas as metas estabelecidas pelos acionistas em 2018. Michael O'Leary, CEO da Ryanair, está prestes a receber os US$ 100 milhões (cerca de R$ 567 milhões) que a empresa lhe prometeu.

O CEO da Ryanair justificou sua remuneração em comparação com outras indústrias de alto desempenho: "Acredito que estamos agregando valor notável aos acionistas da Ryanair em um momento em que jogadores e treinadores da Premier League ganham entre 20 e 25 milhões de euros (cerca de R$ 130 mi a R$ 160 mi) por ano", publicou o jornal britânico The Telegraph.

O anúncio da bonificação do CEO ocorre no momento em que a empresa enfrenta uma disputa trabalhista com parte de seus funcionários, da qual exige a devolução de parte de seus salários.

Dividendo milionário

De acordo com a Bloomberg, o bônus de O'Leary foi acordado em 2019 e prorrogado após a renovação de seu contrato em 2022 por mais cinco anos e meio. No entanto, o recebimento não é automático.

O'Leary só poderá acessar os US$ 100 milhões se as ações da Ryanair permanecerem acima de US$ 21 por pelo menos 28 dias consecutivos. Segundo dados do The Telegraph e do Expansión, as ações da companhia aérea permanecem acima desse limite desde 2 de maio, acumulando 27 dias consecutivos acima do limite, portanto, a meta já pode ser considerada atingida.

Essa condição nunca havia sido atendida por tanto tempo, já que o recorde anterior de listagem era de apenas cinco dias, em março de 2024. O'Leary tem se mostrado cauteloso quanto à iminência do pagamento, observando que "muita coisa pode acontecer até que a meta seja cumprida".

No entanto, em vez de não atingir a meta de preço de suas ações, o executivo está cauteloso porque o pagamento do bônus só entrará em vigor em 2028, e somente se o CEO continuar à frente da empresa até essa data, de acordo com os termos de seu contrato.

A chave de O'Leary: recompra de ações

O bom desempenho das ações da empresa ocorreu apesar de a Ryanair ter registrado uma queda de 16% em seu lucro anual em comparação com os resultados do ano anterior, atingindo US$ 1,61 bilhão (cerca de R$ 9 bi).

Esse resultado se deve, em parte, a uma operação de recompra de ações no valor de US$ 750 milhões (mais de R$ 4,2 bi), proposta pela empresa em meados de 2024. Essa recompra impulsionou o valor das ações, tornando-as um ativo mais lucrativo para seus acionistas.

De acordo com informações da Forbes, a fortuna pessoal de Michael O'Leary é estimada em cerca de US$ 1,1 bilhão (R$ 6,25 bi). Essa herança o coloca como uma das pessoas mais ricas da Irlanda e se caracteriza por ter um caráter extravagante e não hesitar em aplicar medidas que caminham no fio da navalha para conseguir o que quer. Algo que também se aplica às políticas da companhia aérea.

Imagem | Ryanair, Wikimedia Commons (Conselho Mundial de Viagens e Turismo)

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