Quando boa parte da internet resolve tirar férias inesperadas, o caos se instala. Sites fora do ar, serviços capengando, usuários jurando que seus roteadores morreram… e, no centro disso tudo, a Cloudflare, uma das empresas mais importantes da infraestrutura online, tentando entender por que tudo desmoronou na última terça-feira (18).
A primeira reação interna foi quase instintiva: “Estamos sob ataque”. A companhia observou um padrão estranho — conexões caindo por cerca de cinco minutos, voltando à vida e despencando de novo. Para qualquer equipe de segurança, esse comportamento lembra um DDoS de escala colossal, um ataque massivo que bombardeia servidores com tráfego até que eles não consigam mais respirar. E, convenhamos, em 2025, imaginar cibercriminosos testando novos limites não seria algo estranho.
A suspeita ganhou ainda mais força quando o impensável aconteceu: a própria página de status da Cloudflare caiu. Detalhe importante: ela é hospedada fora da infraestrutura da empresa, justamente para continuar funcionando em emergências. Foi o suficiente para fazer a equipe acreditar que havia alguém, em algum canto do mundo, mirando contra tudo o que fosse relacionado ao nome Cloudflare.
Mas havia um problema: tudo isso era uma grande coincidência.Ao aprofundar a investigação, a empresa descobriu que o culpado não era um hacker genial, mas sim um tropeço interno em uma atualização de software. Uma alteração nos sistemas de permissão de um banco de dados fez com que o arquivo usado pelo sistema de gerenciamento de bots dobrasse de tamanho. E esse arquivo, enorme demais para o software que deveria lê-lo, simplesmente derrubava tudo.
A cada cinco minutos, um novo arquivo era gerado. Às vezes bom, às vezes corrompido. Dependia de qual parte do cluster do banco de dados — ainda em processo de atualização — processava a consulta. Era como jogar cara ou coroa com toda a internet.
O resultado desse ciclo bizarro foi um apagão digital que afetou serviços globalmente, deixou empresas inteiras paralisadas e provocou as horas mais tensas que a Cloudflare enfrentou nos últimos anos. A empresa chamou a falha de “profundamente dolorosa”, afirmando que, dado seu papel na espinha dorsal da internet, qualquer falha é “inaceitável”.
Você pode ler toda a explicação — e o pedido de desculpas — no blog oficial da empresa.
Crédito de imagem: Reprodução
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