O realme 15 Pro 5G chega com aquele discurso ousado de querer entregar “experiência premium sem custo premium” e, em boa parte do pacote, ele realmente chega perto disso. O modelo que testei, com 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento, tenta ocupar aquele espaço interessante entre intermediário premium e flagship de entrada, misturando números chamativos com escolhas bem pensadas. E importantes pontos, ele impressiona de verdade.
A começar pelo design, que não reinventa nada, mas também não tenta copiar outras marcas — e não é... esquisito como a versão inspirada em Game of Thrones. A construção é leve, com apenas 187 gramas, e a traseira tem aquele acabamento elegante, que parece camurça e não um ímã de marcas de dedo. Na mão, o aparelho entrega a sensação de algo bem acabado, com bordas fluidas e ergonomia competente — nada daquela sensação plastificada que algumas marcas insistem em defender em 2025. Outro ponto interessante deste tópico é o LED de aviso que fica na moldura de uma das câmeras traseiras. É algo simples e que parece ter vindo direto de gerações antigas de Android, mas que me agrada bastante.
O 15 Pro 5G não é o mais indicado para tirar fotos da Lua
Mas é quando você liga o realme 15 Pro 5G que as coisas começam a agradar mesmo. Afinal, estamos falando de uma tela 4D+ HyperGlow de 144 Hz, 6,8 polegadas, 10 bits de cor e pico de brilho absurdo de 6500 nits que ainda é curva. É o tipo de display que você simplesmente não espera nessa faixa de preço. Fluidez impecável, brilho de sobra para o sol escaldante e contraste digno de flagship. Seja navegando, assistindo vídeos ou jogando (quando o aparelho aguenta, a gente já chega lá), a tela faz a experiência parecer maior do que realmente é.
Só que o maior destaque — e aqui sem sombra de dúvida — é a bateria. Os 7000 mAh são um deleite raro no mercado atual. É tranquilamente um celular de dois dias de uso leve a moderado, e um dia inteiro de uso intenso sem esforço. E quando chega a hora de recarregar, o carregador de 80 W na caixa faz o serviço de forma quase cômica: em meia horinha você já está com uma carga que dura o dia. Em um mercado onde várias marcas começaram a tirar carregadores da caixa, o realme 15 Pro 5G dá aula.
Só que aí chegamos ao software — e aqui as coisas começam a desandar um pouco. O realme UI 6.0 até é fluido e tem boas ideias, mas o excesso de bloatware atrapalha. Bloatware, para quem não está familiarizado, é o conjunto de aplicativos pré-instalados que ninguém pediu e quase ninguém quer, mas que insistem em ocupar espaço e enviar notificações. No 15 Pro 5G, a quantidade passa do razoável. São apps duplicados, serviços parceiros que você nunca usará e ferramentas “por IA” que parecem existir mais para fins de marketing do que utilidade prática.
Você vai precisar ficar próximo do palco já que o zoom no 15 Pro 5G não é tudo isso
Isso fica particularmente evidente quando falamos de desempenho em jogos pesados. No papel, o Snapdragon 7 Gen 4 com Adreno 1150 deveria dar conta de títulos como Genshin Impact e Call of Duty Mobile com folga — ainda mais com a promessa do acelerador gráfico por IA. Na prática, o resultado é… inconsistente. Em presets mais altos, os jogos apresentam engasgos, quedas de frame e aquecimento perceptível. Para boa jogabilidade, você acaba tendo que recuar a configurações médias, o que decepciona considerando o hardware.
Foto com muita luz e foto com pouca luz tiradas com o realme 15 Pro 5G
E então chegamos às câmeras, talvez o ponto mais frágil do aparelho. O sensor principal de 50 MP Sony IMX896 até rende bons resultados durante o dia, com cores equilibradas e nitidez consistente. A ultrawide também surpreende em condições favoráveis. Mas basta a luz cair para o castelo desmoronar: fotos noturnas ficam lavadas, com ruído acima da média e textura estranha. Em vídeo, o cenário piora — principalmente à noite, quando a estabilização luta desesperadamente para manter algo utilizável. Mesmo gravando em 4K, o resultado noturno fica muito abaixo do esperado.
7.8
Prós
- Duração da bateria
- Display
- Design agradável
Contras
- Bloatware
- Câmera sofre em ambientes com pouca luz
- Alguns jogos mais pesados precisam rodar em qualidade fraca para ter bom desempenho
O realme 5G oferece uma bateria incrível em um design interessante num conjunto que, no geral, agrada. Só não espere o melhor desempenho do mundo em games ou na câmera (principalmente de noite ou com pouca luz). Pelo menos, pelo preço que ele está atualmente (cerca de R$ 4.500), é difícil encontrar um celular com tanta memória assim. Mas se você conseguir se virar com menos de 512 GB, existem opções melhores e mais baratas.
Créditos de imagens: realme, Xataka Brasil
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