Se você gosta de motocicletas, imagine isso: milhares delas enfileiradas como um museu a céu aberto, lances que duram segundos e um sistema que controla tudo com precisão cirúrgica.
Bem-vindo à BDS, a maior casa de leilões de motocicletas do Japão: um ecossistema onde cerca de 4 mil motocicletas trocam de mãos... toda semana. É o paraíso definitivo para os motociclistas japoneses. Porque, claro, Japão e motocicletas sempre andam de mãos dadas.
O que é a BDS e por que todo mundo está falando sobre este lugar?
A BDS não é apenas um martelo e um catálogo. Tecnicamente, é uma plataforma de atacado para profissionais (com três unidades: Kanto, Kansai e Kyushu) que vende de tudo, desde veículos utilitários impecáveis a raridades colecionáveis, além de peças de reposição e equipamentos. Sua escala é difícil de imaginar: eles vendem mais de 180 mil motocicletas por ano, com uma rede de milhares de concessionárias e oficinas conectadas. Repetimos: 180 mil motocicletas por ano!
Da foto ao leilão em menos de um minuto
Cada moto passa por um processo padronizado: uma sessão de fotos, uma inspeção completa e uma escala de classificação de 1 a 10 que reflete o estado geral (motor, chassi, estética, ferrugem, vazamentos, etc.). Há uma opção de vídeo em 360 graus para ampliar até o último parafuso, para que o comprador veja a mesma coisa da sua mesa como se estivesse realmente lá. O leilão, quando acontece, é extremamente rápido: 30 a 40 segundos por moto, cliques que valem 2 mil (cerca de R$ 72) ou 5 mil ienes (cerca de R$ 180), dependendo da sala, e três lotes dando lances simultaneamente. Rapidez e transparência.
A BDS separa as motos "premium" (motos exibidas no início para obter o melhor preço) do restante do estoque semanal e também organiza um leilão específico para motos danificadas e inoperantes, com foco em peças e projetos. Além disso, há espaço para restaurações em sua própria oficina e um depósito de peças de reposição, que também é leiloado. É um mercado circular completo: você compra, vende, conserta e coloca de volta ao jogo.
Que ninguém se engane: este é um negócio para profissionais, com taxa de adesão e serviços pensados para tornar o dia produtivo. Mas aqui o "paraíso japonês" é literal: restaurantes no local, áreas de descanso, até um spa e massagens para quem passa horas dando lances ou conferindo motos. O objetivo é que a concessionária funcione melhor e mais rápido.
A força da BDS reside em seu software de lances e controle de latência: o que você digita é registrado quase instantaneamente para evitar erros dispendiosos. E para que o mercado de usados funcione, é preciso treinar técnicos: sua própria escola certifica mecânicos com cursos práticos focados em motores e manutenção, ao mesmo tempo em que alimenta a cadeia de valor que possibilita que tantas motos troquem de mãos toda semana. É como um submundo motociclista dentro do mundo real.

E se eu quiser comprar?
É a pergunta óbvia quando falamos deste paraíso japonês. Assim como os leilões atacadistas japoneses, o BDS é para membros do setor. Se você é um indivíduo fora do Japão, o caminho usual é por meio de um intermediário autorizado que dá lances para você e cuida do frete e da alfândega. Diversas empresas trabalham com esse sistema diariamente e oferecem esse serviço de porta a porta.
A ideia de um "paraíso japonês" faz sentido quando você vê a combinação de ordem, volume e atenção aos detalhes. No BDS, tudo é projetado para que a condição de uma motocicleta não seja um mistério, e o processo seja rápido e justo. É o tipo de lugar onde uma Ducati histórica pode quebrar recordes de lances... E, a dois corredores de distância, uma 125 envelhecida encontra um comprador em 35 segundos. Japão em estado puro.
Imagens | Japan Motor, YouTube
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