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Paralisado há 8 anos, homem com chip de Elon Musk no cérebro controla computador só com o pensamento

Noland Arbaugh perdeu os movimentos em um acidente de mergulho e decidiu ser cobaia do chip de Elon Musk 

Noland Arbaugh jogando no computador. Créditos: Reprodução/Youtube/Barrow Neurological Institute
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Controlar um computador com a força do pensamento pode parecer ficção científica ou algo sobrenatural, mas, surpreendentemente, isso realmente já está sendo possível com os avanços da tecnologia. Em janeiro de 2024, o americano Noland Arbaugh decidiu se tornar o primeiro cobaia a implantar um chip cerebral criado pela Neuralink, empresa fundada por Elon Musk que desenvolve interfaces cérebro-computador (ICs), um sistema que capta e analisa sinais cerebrais, permitindo a capacidade de controlar dispositivos só com a força do pensamento. O procedimento foi o maior sucesso e trouxe esperança de uma maior autonomia para pessoas com paralisias causadas por lesões na medula espinhal.

Homem decide ser cobaia de chip cerebral criado por empresa fundada por Elon Musk 

Noland Arbaugh tinha 30 anos quando decidiu participar da cirurgia para a implementação do chip que restaura funções neurológicas e permite o controle de dispositivos com o “poder da mente”. O jovem havia ficado paralisado 8 anos antes, em um acidente de mergulho que afetou completamente a sua movimentação e autonomia. Após o acidente, Noland se tornou dependente de outras pessoas para realizar atividades básicas, enfrentando grandes mudanças que o fizeram perder o propósito. Foi exatamente por esse motivo que o jovem decidiu participar do experimento. 

O procedimento para a implementação do chip foi feito no Instituto Neurológico Barrow, em Phoenix, Estados Unidos. Mas como o chip foi parar no cérebro do jovem? A cirurgia durou apenas duas horas e não foi invasiva, mas realizada com auxílio de um robô que implantou fios minúsculos com mais de 1.000 eletrodos no córtex motor do cérebro de Noland. Felizmente, a cirurgia foi um sucesso! O chip implantado, uma interface cérebro-computador, permitiu a tradução da atividade neuronal de Noland em comandos digitais, e hoje, Noland consegue navegar pela internet, estudar, jogar e controlar dispositivos com o poder do pensamento.

Entenda os desafios por trás da implementação do chip no cérebro 

Implementar um chip no cérebro parece algo bem arriscado, especialmente quando nos referimos a um procedimento que nunca foi realizado. Na verdade, várias empresas já desenvolveram e implantaram dispositivos semelhantes, mas não a Neurolink. Antes da realização da cirurgia, Noland sabia dos riscos envolvidos no processo, mas decidiu arriscar mesmo assim. Mas afinal, quais são os riscos e desafios envolvidos no procedimento? 

O maior desafio relacionado à implementação de um chip no cérebro, sem dúvidas alguma, está relacionado à privacidade. Isso porque, ao introduzir o chip no cérebro, é possível exportar a atividade cerebral do indivíduo, o que pode potencialmente permitir o acesso ao que é pensado, sentido e realizado. Isso levanta um ponto relevante na medicina moderna: até que ponto os avanços médicos são éticos e seguros? 

Além dessa grande questão, há também outros desafios, como a necessidade de recarga do chip. Para que permaneça funcionando, o chip precisa de uma bateria interna que é carregada sem fio. Os altos custos da implementação dessa tecnologia também é um outro fator considerado um desafio. De acordo com as estimativas da Neurolink, o valor para a implantação do chip pode chegar a  US$10,5 mil, cerca de R$51 mil. 

De toda forma, em relatos posteriores ao procedimento, Noland afirmou não ter se arrependido da decisão. Hoje, ele tem uma maior autonomia para realizar atividades que não conseguia antes, como jogar e estudar. Ele está estudando em uma universidade e atua como palestrante para ajudar outras pessoas a encontrarem o propósito novamente. 

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