A Ford anunciou um marco inédito na indústria automotiva brasileira: a primeira picape híbrida flex do país. A nova Ranger PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) será produzida na Argentina a partir de 2026 e promete unir o melhor de dois mundos — a força bruta do etanol e a eficiência da eletricidade.
O modelo mantém o motor 2.3 EcoBoost já conhecido dos fãs da picape, agora combinado a um propulsor elétrico de 102 cv. Nos mercados onde o carro usa apenas gasolina, essa configuração já entrega 279 cv e 70,3 kgfm de torque, mas, com etanol, a potência deve ser ainda maior — o suficiente para superar a versão V6 a combustão.
A engenharia por trás dessa potência híbrida tem um toque de ousadia. Em vez de eliminar o eixo cardã, como fazem outras marcas, a Ford posicionou o motor elétrico antes da transmissão automática de 10 marchas. Essa decisão mantém a distribuição mecânica tradicional e permite que o torque instantâneo do motor elétrico seja aplicado nas quatro rodas, garantindo tração total mesmo em terrenos difíceis.
A Ranger híbrida conta com uma bateria de 11,8 kWh, capaz de rodar até 50 km no modo totalmente elétrico — o suficiente para o uso urbano diário sem acionar o motor a combustão. O tempo de recarga fica abaixo das quatro horas, e a Ford ainda promete autonomia combinada de longa distância, embora os números oficiais não tenham sido divulgados.
Por fora, a nova Ranger não quer se destacar muito. As diferenças visuais ficam restritas a emblemas discretos e ao bocal de recarga, enquanto o interior mantém o estilo moderno da linha, com tela vertical central e painel digital completo.
A picape também traz um apelo prático: pode rebocar até 3.500 kg e vem equipada com o sistema V2L (Vehicle-to-Load), que permite usar a energia da bateria para alimentar ferramentas ou aparelhos diretamente da cabine ou da caçamba.
A Ranger PHEV flex chega com a promessa de mostrar que desempenho e sustentabilidade podem andar lado a lado, e que o etanol ainda tem muito fôlego na era elétrica.
Créditos de imagens: Ford.
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