Bill Gates contou como transformou a Microsoft no gigante que é agora: "Concentrei minha vida em apenas um trabalho"

  • O milionário reconheceu que, por anos, seu único objetivo foi levar a Microsoft ao topo

  • Gates admite que os métodos de trabalho que utilizou não são os mais adequados e que é importante equilibrar a vida profissional e pessoal para alcançar uma carreira plena

Bill Gates revê sua própria história
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

932 publicaciones de Victor Bianchin

Bill Gates nasceu em uma família rica em Seattle, onde, assim como seus filhos agora, estudou em uma das melhores escolas da região. Portanto, seu principal objetivo quando abandonou a universidade para fundar a Microsoft com Paul Allen não era ganhar dinheiro. Mas ele conseguiu mesmo assim: obteve uma das maiores fortunas do mundo, à frente de uma empresa de 3 trilhões de dólares.

Em uma entrevista para a CNBC, o milionário reconheceu que um dos segredos de seu sucesso à frente da empresa foi focar toda a sua vida em um único objetivo: a Microsoft.

Bill Gates admitiu na entrevista que foi um jovem bastante obcecado e que, conforme contou em uma postagem no LinkedIn, sua principal preocupação era tornar realidade o sonho de que cada lar tivesse um computador pessoal. "Nossa frase era 'um computador pessoal em cada mesa e em cada lar', o que soa chato hoje em dia, mas, na época, era completamente louco".

Seu caminho, como entusiasta da informática, era criar um software que sustentasse esse sonho. "Era a magia do software. E eu estava disposto a focar minha vida, aos 20 anos, apenas no software, em um único trabalho. Naquela época, era simplesmente: 'Meu código é realmente bom? Funciona? E essa empresa pode mostrar ao mundo que esses microcomputadores são incríveis?'", destacou Gates.

Foco no produto, mas não de graça

Embora seu foco principal fosse criar o melhor software, Gates também compreendeu que seu esforço e o de outros desenvolvedores não poderiam ser gratuitos e que eles precisavam monetizá-lo. Na "Carta aberta aos entusiastas" que Bill Gates escreveu em 1976, o milionário defendeu que os usuários deveriam pagar preços justos pelo software para que os desenvolvedores pudessem continuar criando software de qualidade.

O milionário reconhece que, durante aqueles anos, "tudo era Microsoft, o tempo todo nos meus 20 anos... minha visão de sucesso estava muito centrada na Microsoft". Essa dedicação total o tornou um ator-chave naqueles tempos de revolução informática, catapultando sua fortuna e fazendo dele, por mais de uma década, a pessoa mais rica do mundo. Segundo a Forbes, Gates atualmente ocupa a sétima posição na lista com uma fortuna de 138,6 bilhões de dólares.

Relação tóxica com o trabalho

Com o tempo e a experiência, a definição de sucesso de Gates mudou. O milionário hoje reconhece que seu comportamento obsessivo em relação ao trabalho não se mostrou o mais adequado.

Seu sócio na Microsoft, Paul Allen, reconheceu em uma entrevista para a Vanity Fair que Bill Gates chegou a desenvolver uma liderança tóxica com sua equipe: “A Microsoft era um ambiente muito estressante porque Bill exigia dos outros tanto quanto exigia de si mesmo. Ele estava se tornando o capataz que vagava pelo estacionamento nos finais de semana para ver quem havia chegado”.

Aqueles anos ensinaram o executivo que priorizar um objetivo não é incompatível com estabelecer um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Em um discurso na formatura da Universidade do Norte do Arizona, o milionário aconselhou os recém-formados a "tirarem uma pausa quando precisarem". Para Bill Gates, custou compreender que focar em um objetivo profissional não significa que deve dedicar 24 horas por dia a ele — pelo contrário, descansar adequadamente permite avançar muito mais rapidamente.

Novo enfoque: a Fundação Bill e Melinda Gates

O próprio Gates afirma que, após quatro décadas à frente da Microsoft, seu principal objetivo já não é a empresa que fundou, mas sim seu trabalho filantrópico, liderando em tempo integral as operações da fundação que criou junto com sua ex-esposa, Melinda French Gates.

Aos 68 anos, o milionário reconhece que "agora, posso definir meu sucesso em termos de capacitar outras pessoas, compartilhando o que fiz de errado, o que fiz de certo e disponibilizando meus recursos para resolver problemas como a malária ou as mudanças climáticas. Sou muito sortudo por estar em uma fase diferente [da minha vida], mas ainda posso sentir que estou fazendo a diferença".

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha

Imagem | Wikimedia Commons (UK Government)

Comentários fechados
Inicio