Pesquisadores da Universidade de Pequim, na China, parecem ter descoberto uma informação surpreendente: o núcleo da Terra simplesmente parou de girar. Mas calma, isso não significa que a Terra está estática. Na verdade, os cientistas acreditam que a rotação terrestre desacelerou, pode ter parado temporariamente e invertido sua direção. Apesar da descoberta não ter sido recente, o estudo foi publicado na revista científica Nature em dezembro de 2023, cientistas consideram que esse fenômeno tenha impactado o campo magnético e o clima da Terra.
O núcleo da terra pode ter parado e invertido a direção
Desde o início da educação infantil, as crianças aprendem nas escolas que o planeta Terra gira em torno do seu próprio eixo - apesar disso não ser sentido pelos humanos. Mas e se te dissessem que a Terra parou de girar? É isso que Yi Yang, cientista associado da pesquisa realizado pela Universidade de Pequim, e Xiaodong Song, professor titular da mesma universidade, descobriram em seus estudos.
Eles chegaram a essa conclusão após estudarem as ondas sísmicas e terremotos que passam pelo núcleo da Terra desde a década de 60, com o objetivo de inferir a que velocidade em que o núcleo está girando. No entanto, eles se surpreenderam com os resultados do estudo: desde 2009, os registros sísmicos, que nada mais são do que as variações de movimento no solo, mostraram muita pouca diferença. De acordo com eles, isso significa que a rotação do núcleo desacelerou e pode ter parado temporariamente. Eles também acreditam que esse fenômeno é cíclico e pode ocorrer aproximadamente a cada 70 anos.
A Terra é composta por três camadas principais
Para entender os efeitos desse fenômeno, é importante compreender como funciona o núcleo da Terra. Em primeiro lugar, a Terra é composta por três camadas principais: a crosta, o manto e o núcleo interno e externo. O núcleo interno, composto principalmente de ferro e níquel, gira de forma independente do resto do planeta e pode apresentar variações em sua velocidade e direção de rotação.
Isso acontece porque a movimentação do núcleo é impulsionada pelo campo magnético terrestre gerado no núcleo externo, que é equilibrado pelos efeitos gravitacionais do manto. Os pesquisadores argumentam que essa força gravitacional do manto pode aplicar um freio errático à rotação do núcleo interno, fazendo com que ele oscile. Eles também afirmam que esse fenômeno pode ter sincronizado a rotação do núcleo interno com a do resto do planeta, diferente do que ocorria há uma década, quando o núcleo girava um pouco mais rápido.
No entanto, os pesquisadores também repararam algo curioso: antes de 2009, as ondas sísmicas moviam-se em velocidades diferentes do núcleo interno, indicando que as ondas giravam em um ritmo diferente do restante da Terra. Contudo, depois de 2009, os pesquisadores notaram que as ondas giram na direção oposta em relação ao resto da Terra, sugerindo que além de ter “parado” temporariamente, sofreu uma reversão na rotação.
Quais são os efeitos dessa desaceleração da rotação?
A rotação da Terra é considerada crucial para a vida, porque é responsável pela alternância entre dia e noite, formação dos fusos horários, influência no clima e organização da vida no planeta. Portanto, é de se esperar que as alterações na rotação terrestre impactem de certa forma o planeta Terra. Apesar de ser algo impressionante, a desaceleração e inversão na rotação do núcleo não é algo preocupante para a manutenção da vida. Na verdade, essas alterações afetam basicamente o comprimento dos dias, com mudanças na ordem de milissegundos, e em processos climáticos. Contudo, cientistas ainda estão estudando para entender quais são os efeitos desse fenômeno a longo prazo.
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