O touro é uma espécie de símbolo nacional da Espanha. Mas parece que, às vezes, os espanhóis insistem em nos lembrar disso de maneiras cada vez mais criativas. Por isso, a Academia Espanhola de Tauromaquia está buscando um local para uma monstruosa escultura de 300 metros de altura que pretende se tornar uma forte atração turística. Após o veto de Madri, localidades de Castela e Leão, como Ciudad Rodrigo, Toro, Benavente e Burgos, demonstraram interesse em sediar esse ambicioso projeto.
A proposta prevê uma estrutura gigantesca que triplicaria a altura da catedral de Burgos, com mirantes panorâmicos nos chifres do animal e espaços comerciais na base. A iniciativa pretende emular o impacto turístico de monumentos como a Torre Eiffel ou a Estátua da Liberdade, mas usando o touro como símbolo de identidade. Os idealizadores buscam um município que ceda o terreno necessário, enquanto os custos de construção ficariam a cargo de empresas privadas.
Mais turismo
O projeto promete atuar como motor econômico para a localidade escolhida, atraindo visitantes nacionais e internacionais. Em Castela e Leão, uma região conhecida pela tradição taurina, várias prefeituras viram uma oportunidade única para atrair turismo. Ciudad Rodrigo foi a primeira a demonstrar interesse, seguida por Toro, Benavente, Sahagún, El Maillo, Ledesma e Villatuelda. Até Burgos avalia a proposta, embora Cristina Ayala, prefeita da cidade, tenha comentado ao site Antena 3 que considera as dimensões “grandes demais”.
Para Fernando Martínez-Acitores, vice-prefeito de Burgos e membro do Vox, construir esse touro pode ser “um grande emblema” e “um atrativo para a cidade”. Naturalmente, nem todos veem a iniciativa com bons olhos. Daniel de la Rosa, ex-prefeito e líder do PSOE na oposição, qualifica a proposta como “absurda”, enquanto grupos animalistas como o ProAnBur a consideram uma provocação que exalta os maus-tratos aos animais. De fato, sua porta-voz, Judith Sánchez, afirma que “com essa figura do touro, eles tentam disfarçar como arte algo que está muito longe de ser”.
A Academia Espanhola de Tauromaquia está avaliando as propostas recebidas, analisando também a viabilidade técnica e logística. O processo de seleção continuará nas próximas semanas, enquanto os municípios interessados aguardam a resposta. O projeto precisa de um terreno de pelo menos 650 metros de comprimento para sua construção, detalhe que limita consideravelmente as opções disponíveis.
Imagem de capa | Jordi Vich Navarro e Academia Espanhola de Tauromaquia
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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