Uso iPhone há 15 anos e ainda não entendo por que as atualizações de aplicativos da Apple não são como as do Android

Política da Apple com aplicativos pré-instalados e sua inseparabilidade da versão do iOS tem desvantagens

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PH Mota

Redator
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PH Mota

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Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

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O texto a seguir é tradução do relato em primeira pessoa de Álvaro Garcia M., editor do Applesfera

Adoro os aplicativos da Apple. Os que já vêm pré-instalados no iPhone, quero dizer. Tenho até meus truques para continuar usando-os quando estou testando um celular Android. No entanto, há uma coisa que me incomoda, ao contrário das versões do Google e de outros fabricantes: eles estão vinculados à versão do iOS.

É verdade que pode não parecer um problema e, se for, é um “problema de primeiro mundo”. No entanto, essa decisão premeditada da Apple me parece uma clara desvantagem para quem não quer atualizar o iPhone por questões de estabilidade.

Aplicativos da Apple só são atualizados com o sistema

iPhone

No iPhone, muitos dos aplicativos nativos da Apple (como Notas, Calendário, Câmera e outros) aparecem na App Store, mas sua presença lá é meramente informativa. Serve para saber um pouco mais sobre eles e reinstalá-los caso sejam apagados. No entanto, ela não serve para atualizá-los.

Quando a Apple quer introduzir novos recursos ou corrigir bugs que possam existir nesses aplicativos, geralmente o faz por meio de uma atualização completa do iOS, em vez de enviar uma atualização isolada pela App Store. E não precisa ser uma versão principal (pode ser uma versão intermediária como o iOS 26.1 ou iOS 26.2), mas o sistema todo precisa ser atualizado.

Existem algumas exceções, mas são poucas. Por exemplo, o ainda recente Apple Application Server, que não só não vem instalado por padrão no iPhone, ao contrário de outros aplicativos, como permite atualizações pela App Store. Mas é apenas isso, uma exceção entre muitas. Todos os aplicativos que vêm pré-instalados no iPhone, embora possam ser apagados, são atualizados apenas com o sistema.

Não há explicação técnica

Se buscarmos uma justificativa para essa abordagem, não há nenhuma razão estritamente técnica que impeça atualizações independentes para todos esses aplicativos nativos. Muitos dos aplicativos poderiam perfeitamente ser atualizados individualmente pela App Store, como já acontece no Android.

A decisão da Apple parece ser mais motivada por estratégia de produto do que por limitações técnicas. Ao considerar muitos de seus aplicativos como parte integrante do sistema, a empresa garante que todos os novos recursos e mudanças funcionem de forma integrada com o iOS completo.

No Android, acontece o oposto

Os celulares Android partem de uma filosofia bem diferente. Tanto o próprio Google quanto outros fabricantes mantêm seus aplicativos atualizados de forma independente, por meio da Play Store ou de repositórios próprios de cada fabricante.

Smartphone

Veja, por exemplo, aplicativos como o Google Maps ou o Google Fotos. Apesar de virem pré-instalados em praticamente qualquer Android, incluindo os Pixels do Google, eles são atualizados independentemente. Você pode estar usando o Android 12, por exemplo, e ter uma versão desses aplicativos idêntica à de alguém que tenha o Android 16 no celular.

Isso, na minha opinião, oferece diversas vantagens, como a possibilidade de receber melhorias ou correções de bugs mais rapidamente, mesmo que seu dispositivo não esteja na versão mais recente do sistema. Além disso, mesmo que o fabricante pare de atualizar o Android, muitos aplicativos ainda podem evoluir na loja.

Faz sentido para a Apple, mas para o usuário...

De certa forma, a estratégia da Apple é compreensível, considerando, por exemplo, o caso do Liquid Glass, a nova linguagem de design do iOS 26. Seria estranho continuar no iOS 18 com o design antigo e, ao mesmo tempo, ter aplicativos como Notas ou Calendário com uma nova interface. Mas, de certa forma, isso limita bastante a autonomia do usuário.

E eu sei que talvez para muitos isso pareça uma reclamação pequena. E, no fundo, é mesmo, já que, no fim das contas, os aplicativos da Apple funcionam bem, são estáveis ​​e atendem a muitos usuários. Mas essa falta de flexibilidade também pode ser frustrante.

Imagine que a Apple lance uma grande melhoria para o aplicativo Notas que você quer usar, mas, por algum motivo, você decida não atualizar para a versão mais recente do iOS. Isso acontece principalmente quando há grandes atualizações de sistema, cujas primeiras versões costumam deixar o iPhone instável e consumir muita bateria – motivos frequentes pelos quais você não deveria atualizar de imediato.

Nesse ponto, você ficará preso a uma versão antiga do aplicativo Notas se não atualizar o sistema. Enquanto isso, em um Android com aplicativos atualizáveis ​​separadamente, não há esse sacrifício. Você pode ter um sistema antigo, porém estável, e ao mesmo tempo aproveitar as últimas novidades dos aplicativos.

Felizmente, e aqui dou crédito à Apple, eles costumam lançar atualizações do iOS com bastante frequência. Há uma grande atualização todo ano, uma intermediária a cada dois meses, aproximadamente, e outras atualizações de segurança sempre que necessário.

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