Onda de roubo de carros deixou o rádio de lado e tornou outra peça muito mais valiosa alvo dos ladrões

Catalisadores são roubados por conta dos metais valiosos na sua constituição | Imagem: Pixabay (Imagem de Stefan Schweihofer)
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Igor Gomes

Subeditor

Subeditor do Xataka Brasil. Jornalista há 15 anos, já trabalhou em jornais diários, revistas semanais e podcasts. Quando criança, desmontava os brinquedos para tentar entender como eles funcionavam e nunca conseguia montar de volta.

Foi-se o tempo em que os rádios eram a parte do carro mais visada pelos bandidos. Há alguns anos, motoristas do mundo inteiro removiam a frente do aparelho para que os ladrões não enxergassem o modelo e quebrassem a janela para roubá-lo. Mas outro componente tem chamado a atenção dos criminosos e ele fica na parte de fora do veículo, sendo muito mais vulnerável. A peça, no caso, é o catalisador.

Peça valiosa

O catalisador não é uma peça fundamental para o funcionamento do carro, que funciona tranquilamente sem ele, mas ajuda na preservação da atmosfera. Sua principal função é transformar os gases poluentes resultantes da queima do combustível em substâncias menos tóxicas. Ele fica na parte de baixo do carro, acoplado ao cano de escapamento. Você vai reconhecê-lo pelo formato que se assemelha a um cilindro achatado.

O que o torna tão valioso são os metais no seu interior e fazem a transformação dos gases. Eles podem ter preço até maior que o do ouro e variam de acordo com o modelo do veículo. Carros a gás, álcool ou gasolina possuem uma placa de cerâmica revestida por silício, alumínio, e magnésio, ou platina, paládio e ródio. Já nos veículos a diesel, a placa de cerâmica é coberta com titânio, vanádio ou molibdênio.

Onda de roubos nos EUA

Por conta do alto valor, no início da década houve uma onda de roubos de catalisadores. Nos Estados Unidos, 21 pessoas foram presas em vários estados sob a suspeita de integrarem uma rede de roubo dessas peças de carro. Três pessoas da mesma família em Sacramento, na Califórnia, confessaram ser integrantes dessa quadrilha e afirmaram que seus roubos renderam mais de US$ 38 milhões. Tou Sue Vang, Andrew Vang e Monica Moua, irmãos e mãe, compravam os catalisadores roubados e enviavam para uma empresa de reciclagem em Nova Jersey.

De acordo com procuradores federais, o comércio de peças roubadas começava havia movimentado mais de US$ 600 milhões. As prisões foram fruto de um esforço entre vários estados como Califórnia, Oklahoma, Wyoming, Nova Jersey, Nevada, Minnesota, Virgínia e Carolina do Norte. Mas a maioria dos criminosos se concentrava na Califórnia, Nova Jersey e Oklahoma. Os donos da DG Auto Parts, empresa de reciclagem de peças automotivas de Nova Jersey, foram acusados de comprar conscientemente partes roubadas de carros vindas de Oklahoma e Califórnia.

Até agora, Andrew Vang e Monica Moua foram condenados a cinco anos de prisão, por terem se declarados culpados. Tou Sue Vang admitiu mais de 40 acusações que envolvem receptação de produto roubado, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, pode pegar de cinco a 20 anos de cadeia.

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