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Ele tinha um pet "diferente" mas isso acabou em tragédia

Relembre caso que aconteceu em 1986 e deixou todos comovidos

montagem de leão e criança
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

Redatora

Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Cachorros, pássaros, gatos e peixes são os animais de estimação mais comuns nas residências brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), os cães são a maioria, representando cerca de 60 milhões. Em segundo lugar, temos as aves, com 40 milhões, depois os gatos, com 30 milhões, e, por último, os peixes ornamentais, com 20 milhões.

No entanto, outras espécies de animais bem inusitadas também são tratadas como animais de estimação. É o caso do Guru, um leão que foi criado como bicho de estimação em Goiânia, capital de Goiás, na década de 80. O animal cresceu e conviveu com humanos a vida toda, até que uma tragédia mudou para sempre o seu destino. Guru atacou um bebê de dois anos quando fugiu do terreno em que ficava, o que gerou repercussão e comoção nacional.

Leão foi criado por humanos desde filhote

Não é nada comum criar leões dentro de casa como se fossem cães de porte grande, como o Dogue Alemão. Contudo, um empresário de Goiânia decidiu inovar e levar para casa um filhote de leão para criá-lo como animal de estimação. Mário Ângelo Simionato, dono de uma loja de construções, pegou o filhote de leão na década de 80 e cuidava dele em casa como se fosse um cachorro.

Enquanto filhote, o animal era pequeno, fofo e dormia com os filhos de Mário. Mas na medida em que foi crescendo, o empresário considerou que a presença do animal representava um risco e ficou com medo de mantê-lo em sua residência. Dessa forma, ele decidiu levar Guru para ficar em sua loja de materiais de construção. A área era coberta com telas de arame e uma frágil grade de madeira, um local considerado inadequado para a permanência do animal.

Guru fugiu de terreno e atacou uma criança de 2 anos

Guru era um animal muito conhecido em Goiânia. Ele era considerado dócil e vivia solto no quintal da loja de construções, como se fosse um “cão de guarda” do estabelecimento. O que ninguém esperava era que Guru atacasse um bebê de apenas dois anos. O caso aconteceu no dia 13 de junho de 1986, quase 40 anos atrás, mas até hoje impressiona pela gravidade da situação.

De acordo com os relatos da época, o leão fugiu do local em que costumava ficar. A bebê, Suzana Fernandes Junqueira, estava brincando no pátio de um prédio vizinho quando se deparou com o animal. Sem entender a gravidade da situação, a pequena começou a bater palmas e chamar a atenção do animal, que pulou de onde estava e atacou a criança. O leão mordeu a jugular da criança e a arrastou por alguns metros. Suzana não resistiu a gravidade do ataque e morreu na hora, deixando todos da cidade desesperados com a fuga do animal.

A polícia e o Corpo de Bombeiros foram acionados para capturar o animal, uma força tarefa complicada que durou aproximadamente 3 horas. Guru foi levado para um zoológico na cidade, onde recebeu a visita de muitos curiosos.

Leão atrás de grades Após o ataque, Guru foi levado para um zoológico em Goiânia (Créditos: TV Anhanguera)

Fatalidade gerou repercussão nacional e condenação do dono

A tragédia repercutiu no Brasil todo na época e gerou pressão popular para que o dono de Guru fosse responsabilizado pela morte de Suzana. Mário Ângelo Simionato foi processado criminalmente por adotar a fera e condenado a prestar serviços em instituição de caridade por um ano. A condenação original era de pena de reclusão, mas o juiz do caso substituiu a pena mais leve por Mário possuir “bons antecedentes, ótima conduta social e personalidade”.

De acordo com as investigações, o advogado de Mário, Wanderley de Medeiros, entrou com um recurso pedindo para que um vigia da loja de materiais de construção fosse denunciado. De acordo com o advogado, o funcionário foi o responsável por abrir o portão em que Guru ficava, mesmo sendo orientado a não fazer isso. No entanto, o vigia negou a atitude e essa hipótese não foi levada adiante.

Outra hipótese é de que Guru tenha atacado a menina por estar com fome. Afinal, apesar do animal ter crescido entre humanos, Guru era um leão, e alguns comportamentos fazem parte do instinto da espécie, como caçar quando está com fome e atacar quando se sente ameaçado.

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