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Meta está com tanta pressa para liderar a IA que fez algo inusitado: está construindo um centro de dados em tendas

Mark Zuckerberg está seguindo passos de Elon Musk com xAI e retomando seu "agir rápido e quebrar coisas"

Imagens | Mark Zuckerberg | Meta
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PH Mota

Redator
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PH Mota

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Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

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Mark Zuckerberg já tem os "galácticos" de que precisava para sua equipe de superinteligência. Conseguir o talento foi apenas parte do plano. A outra parte é o que fazer com ele — e colocá-lo para trabalhar exige uma coisa: poder computacional. A Meta tem pressa e, enquanto atua em várias frentes, começou a construir centros de dados em tendas ao ar livre.

Por mais incrível que pareça

Na Meta, estão ditando seu próprio ritmo para construir centros de dados. Diante da urgência de adicionar capacidade computacional, foi necessário erguer esses centros o mais rápido possível — e o atalho foi montá-los em tendas ao ar livre. Um porta-voz da empresa confirmou isso ao Business Insider. O fato de estarem fazendo isso não significa que seja algo comum: não se trata apenas de adicionar potência, mas de fazer isso de forma que a integração dos equipamentos não comprometa a sustentabilidade energética e de resfriamento do sistema. Surpreende que estejam utilizando tendas, especialmente no verão, considerando as dificuldades adicionais para a gestão do calor.

Zuck imitando Musk

A jogada de Zuckerberg lembra a de outro rival na corrida pela inteligência artificial, e não é coincidência. Elon Musk já fez a loucura de instalar 100 mil GPUs da Nvidia em 19 dias — algo que surpreendeu até o próprio Jensen Huang. Segundo o Semianalysis, o primeiro meio a revelar os planos faraônicos da Meta, o design dos centros de dados da empresa foi influenciado pela velocidade com que Musk atuou na xAI e na Tesla. O Facebook, em seus primórdios, foi a empresa que liderou o lema “agir rápido e quebrar as coisas”, e agora mostra que essa filosofia continua viva — como ocorre na OpenAI.

O grande plano

Enquanto a Meta armava tendas, Mark Zuckerberg anunciava que iriam “investir centenas de bilhões de dólares em computação para construir superinteligência”. Na prática, ele mencionou a construção de dois megacentros de dados. O primeiro será o Prometheus, que pretendem usar a partir do próximo ano. Em seguida, construirão o 'Hyperion', com o qual se vangloriam de ter um tamanho semelhante a Manhattan e capacidade de até 5 gigawatts nos próximos anos. As tendas são provisórias até que consigam alcançar a capacidade fixa desejada. Para contextualizar os números, o Semianalysis lembra que, até o momento, não existem clusters operacionais das Nvidia H100 e H200 com mais de 200 megawatts.

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Por que tanta pressa?

Contexto é tudo. A Meta estava muito bem posicionada na corrida pela inteligência artificial, apesar de sua grande aposta da década ter sido o metaverso, onde vinha queimando enormes quantias de dinheiro. No entanto, tudo mudou com o Llama 4. O último grande modelo de linguagem da empresa não apenas decepcionou em seu lançamento, como também foi ofuscado por lançamentos poderosos de concorrentes, como o o3, Claude 4 ou Gemini 2.5 Pro. Na Meta, estão tão cientes da perda de competitividade que a IA padrão usada para programação é o Claude — sim, acima do Llama Code. De todo modo, os investidores parecem não estar preocupados com o espetacular desempenho da Meta na bolsa.

Ter a melhor IA exigirá muito mais do que talento e modelos

O plano da Meta para liderar a inteligência artificial mostra que a corrida terá muitas frentes. Primeiro, Zuckerberg adquiriu os talentos de seus grandes rivais. Em segundo lugar, ao adquirir na prática a Scale AI, garantiu o acesso a dados de qualidade. Mas isso não basta. É necessário acesso a um poder computacional colossal — que será obtido com os centros de dados mencionados. E é aí que a corrida também se torna energética: a Meta está apostando na energia nuclear, chegando até a assumir usinas nucleares que estavam prestes a ser desativadas. E vai além, com a assinatura da construção de uma usina que usará uma tecnologia voltada para o aproveitamento do calor subterrâneo sem vazamentos.

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