A NASA consegue evacuar o cheiro nauseante “arejando” a EEI; a culpa é de uma “desgaseificação” na carga russa

O importante, segundo a agência, é que não há perigo de contaminação

Estação Espacial Internacional já não cheira mal / Imagens: NASA, Roscosmos
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

A última atualização que tínhamos sobre o mau cheiro na Estação Espacial Internacional era que a NASA estava tentando identificar o “culpado”, enquanto os astronautas realizavam procedimentos para abrir com segurança a escotilha entre o módulo Poisk e a nave Progress russa, garantindo que não houvesse riscos para a tripulação. Agora, temos boas notícias.

A história começou com um forte e estranho odor, descrito pelo astronauta Don Pettit, da NASA, como semelhante ao de tinta spray, após o acoplamento da nave de carga russa Progress MS-29 ao módulo Poisk da Estação Espacial Internacional (ISS) no último dia 23 de novembro.

Os cosmonautas russos Aleksei Ovchinin e Ivan Vagner foram os primeiros a notar o odor, junto com pequenas gotas flutuantes ao abrir a escotilha entre o módulo Poisk e a nave Progress, o que os obrigou a fechá-la novamente como medida de segurança, além de utilizarem equipamentos de proteção.

Investigação e resolução

Após detectar o problema, a primeira medida foi ativar purificadores para eliminar possíveis contaminantes e garantir a qualidade do ar em toda a estação. O culpado? A NASA atribuiu o odor a uma possível “desgaseificação de materiais” dentro do compartimento pressurizado da nave Progress russa, um fenômeno relativamente comum no espaço, segundo representantes da agência. Além disso, os sistemas de limpeza do ar e ventilação foram ativados como medida padrão. Os dois cosmonautas também realizaram inspeções e limpezas.

Finalmente, o odor desapareceu completamente, permitindo o transporte de três toneladas de alimentos, combustível e suprimentos. Além disso, a agência espacial norte-americana garantiu que a qualidade do ar dentro da estação voltou a níveis normais, descartando qualquer risco de contaminação.

Preocupações anteriores sobre o mesmo módulo

O fato é que o incidente se soma a uma longa história de problemas associados ao módulo Poisk. Já relatamos anteriormente que, já faz cinco anos, um vazamento misterioso no módulo gera preocupação.

Um relatório recente da NASA alertou que esse vazamento poderia provocar uma “falha catastrófica” na estação caso não fosse resolvido. No entanto, as autoridades russas minimizaram a gravidade da situação e, até o momento, nenhuma solução definitiva foi implementada.

A carga russa Progress 90 permanecerá acoplada à EEI por seis meses, período durante o qual também será usada como contêiner de resíduos que serão queimados durante sua reentrada na atmosfera terrestre. A propósito, a nave predecessora, Progress 89, realizou recentemente um ajuste orbital da EEI para evitar uma possível colisão com fragmentos de um satélite. Esse tipo de manobra tem se tornado cada vez mais comum devido ao aumento de detritos espaciais.

O futuro da EEI

A Estação Espacial Internacional, que tem sido o lar de astronautas por mais de duas décadas, possui uma vida útil planejada até, aproximadamente, 2030. Após essa data, será retirada de órbita e "queimada" ao reentrar na atmosfera, com seus restos caindo no remoto Ponto Nemo, no Oceano Pacífico, se tudo ocorrer conforme o planejado.

Além disso, a NASA decidiu não construir uma nova estação espacial, delegando o projeto a empresas privadas, enquanto concentra seus esforços em futuras missões tripuladas para a Lua e Marte.

Imagen | NASA, Roscosmos

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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