Fabrício Mainenti
RedatorO que fazer quando uma RTX 5070 Ti novinha em folha morre depois de pouco tempo? A conhecida equipe brasileira de modding liderada por Paulo Gomes enfrentou exatamente esse desafio. A placa de vídeo defeituosa, que originalmente seria descartada, havia sofrido danos consideráveis: vários módulos VRM falharam ou queimaram completamente, e um grande buraco se abriu na placa de circuito impresso perto dos conectores – tão grande que os modders brincaram que poderia ter sido feito por uma bala.
Em vez de abandonar a placa, os entusiastas desenvolveram um plano interessante do ponto de vista de um hobbista: eles queriam transplantar o chip gráfico funcional da RTX 5070 Ti para outra placa de circuito. A placa doadora escolhida foi uma lendária placa de vídeo Pascal: a RTX 1080 Ti.
Essa GPU customizada estava entre as melhores do mundo do overclocking
A GTX 1080 Ti, lançada em 2017, ainda é considerada uma das melhores placas de vídeo de todos os tempos. Com 3.584 núcleos CUDA, 11 GB de memória GDDR5X e uma largura de banda de memória de 484 GB/s, estabeleceu novos padrões na época.
A variante Hall of Fame da Galax (vendida na Europa como KFA2), usada na operação de resgate, destacou-se entre essas placas como uma excelente opção para overclocking: o impressionante PCB branco abriga uma fonte de alimentação de 16 fases com três conectores PCIe de oito pinos, oferecendo, assim, uma das plataformas elétricas mais robustas de sua geração.
A etapa mais crucial do projeto foi o chamado processo de reballing, que envolve a remoção do chip da GPU de sua placa de circuito original, a substituição das esferas de solda na parte inferior do chip e, em seguida, a montagem do chip em uma nova placa de circuito. Com um chip de GPU contendo centenas ou milhares de pontos de contato, a precisão absoluta é essencial.
Os modders tiveram que garantir que os requisitos elétricos da RTX 5070 Ti fossem compatíveis com a arquitetura de alimentação da GTX 1080 Ti – uma tarefa nada fácil, já que ambas as placas são baseadas em arquiteturas diferentes e requerem perfis de voltagem distintos. Gomes e a equipe de modders fizeram diversos ajustes para alcançar esse objetivo:
- A alimentação do núcleo da GPU e da memória exigiu modificações manuais. Em alguns casos, isso envolveu a reprogramação dos controladores PWM que regulam a voltagem;
- Usando arquivos BoardView (esquemas detalhados destinados a técnicos de reparo), eles conseguiram identificar os caminhos de comunicação I2C e ajustar as voltagens.
Outro obstáculo foi a compatibilidade física. Embora ambas as placas utilizem chips de GPU diferentes, o novo chip precisava se encaixar mecanicamente e eletricamente na placa de circuito impresso (PCB) da GTX 1080 Ti. O fato de a placa Galax possuir uma PCB de tamanho generoso com componentes de alta qualidade foi uma ajuda significativa nesse sentido.
No entanto, a operação de resgate ainda não está completa. Embora a RTX 5070 Ti possa ser ligada novamente e até funcione em velocidade de clock ociosa, a placa de vídeo para de funcionar completamente em seguida. Os desenvolvedores do mod planejam demonstrar em breve outras medidas para investigar as possíveis causas, como a perda de sinais.
Imagem de capa | Paulo Gomes via YouTube
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