Não é a primeira vez que vemos um caça furtivo J‑20S voando, mas, desta vez há uma diferença fundamental. Segundo reportam a Newsweek e o site The War Zone, várias imagens recentes publicadas em plataformas chinesas mostram o modelo biposto com matrículas de cinco dígitos e a insígnia nacional na fuselagem. E tudo indica que essa unidade foi designada para a 172ª Brigada Aérea. Para a China, que há décadas vem preparando seu salto tecnológico em defesa, esse pode ser um passo muito importante.
Aparecem insígnias, pintura escura e sensores aprimorados
As imagens não mostram apenas o J‑20S com uma pintura mais escura, quase preta, mas também revelam mudanças estruturais. Sob o nariz, é possível ver uma versão redesenhada do sistema eletro-óptico de rastreamento, com uma cúpula mais compacta e cobertura de 360 graus, semelhante ao EOTS do F‑35.
O novo esquema de pintura mantém descobertas as bordas das superfícies móveis, as entradas de ar e a ponta do radomo. Embora Pequim não tenha fornecido detalhes, tudo indica uma melhora nas propriedades furtivas da aeronave, talvez com novos revestimentos absorventes de radar.

A existência do J‑20 biposto foi confirmada em 2021, quando um protótipo foi captado realizando testes de taxiamento em alta velocidade. Desde o início, ele tem sido comparado ao F‑22 Raptor, por seu design furtivo e sua orientação ao combate ar-ar.
Mas o surgimento de uma versão biposta, como mostram agora as imagens, introduz um elemento que nenhum caça ocidental de quinta geração possui atualmente em serviço. Nem o F‑22, nem o F‑35, nem o Su‑57 russo contam com uma variante de dois assentos em suas frotas operacionais.

Isso abre uma diferença notável. Enquanto os EUA e seus aliados apostam em caças monopostos com interoperabilidade em rede, a China aparentemente quer ampliar as capacidades de combate com esse modelo, incluindo um segundo operador, coordenar enxames de drones ou assumir tarefas táticas avançadas diretamente da própria aeronave. É uma abordagem diferente, que ainda não tem uma resposta direta no Ocidente.
Desde o primeiro voo do protótipo J‑20S, foram documentadas pelo menos mais cinco unidades, a última delas em março deste ano, segundo a War Zone. Tudo indica que a China tem refinado o projeto antes de ampliar sua produção. A grande questão agora é qual proporção essa versão biposta terá dentro da frota total de J‑20 — e qual será seu papel exato nas operações reais. Por enquanto, sabemos apenas da sua existência.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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