A temporada de Mercúrio retrógrado está de volta, ocorrendo de 9 a 20 de novembro de 2025. Para muitas pessoas, especialmente nas redes sociais, este é o culpado universal para tudo que dá errado: desde uma discussão com o parceiro, uma prova fracassada ou até mesmo a geladeira que parou de funcionar. Mas existe algum fundamento científico por trás desse fenômeno?
O que realmente é Mercúrio retrógrado?
Apesar do nome quase mágico, a NASA descreve o "Mercúrio retrógrado" como uma simples ilusão de ótica. Visto da Terra, o planeta Mercúrio (o mais próximo do Sol) parece se mover "para trás" em sua órbita por algumas semanas.
Isso não é um evento cósmico real; é apenas uma ilusão causada pela diferença de velocidade e posição entre a órbita da Terra e a de Mercúrio. Astronomicamente, nada muda, apenas a nossa perspectiva visual.
A ciência é clara: este fenômeno ocorre várias vezes ao ano e não tem qualquer efeito físico sobre a Terra, nossas emoções, viagens ou aparelhos de comunicação.
A interpretação astrológica e o "meme perfeito"
No campo da astrologia, a interpretação é bem diferente. Essa vertente, que não tem base científica, atribui a Mercúrio poderes sobre a comunicação, o pensamento e o movimento. Por isso, quando o planeta está "retrógrado", astrólogos frequentemente aconselham evitar assinar contratos, fazer viagens ou ter conversas difíceis.
O interessante, segundo especialistas em cultura digital, é como o fenômeno se tornou uma ferramenta cultural para transferir a culpa. É o "meme perfeito" para explicar o caos do cotidiano. Quando o WhatsApp trava ou a inteligência artificial responde algo estranho, a culpa não é da tecnologia: é de Mercúrio.
Para a psicologia, usar essa narrativa é uma estratégia para atribuir a desordem a fatores externos, o que ajuda a reduzir a ansiedade e nos conecta com uma comunidade online que compartilha da mesma piada ou crença.
Em resumo, se o seu computador ou sua geladeira pararam de funcionar, isso não tem nenhuma relação com a posição de Mercúrio no céu (ao menos de acordo com a ciência). Mesmo assim, o mito persiste, talvez por ser terapêutico encontrar um culpado cósmico para os problemas terrenos.
Ver 0 Comentários