Cientistas da Universidade Nacional de Cingapura anunciaram um avanço que pode mudar o tratamento da doença hepática gordurosa — condição que afeta milhões de pessoas no mundo e pode evoluir para cirrose ou até câncer. A equipe desenvolveu uma terapia baseada em nanopartículas de RNA capazes de reduzir significativamente o acúmulo de gordura e inflamação no fígado.
A inovação, publicada na Science Advances, usa nanopartículas lipídicas — estruturas microscópicas semelhantes à gordura — para transportar pequenas moléculas de RNA (siRNA) diretamente às células do fígado, como se fossem drones microscópicos. O objetivo é silenciar o gene SPTLC2, responsável pela produção de ceramidas, um tipo de gordura associada à inflamação e ao avanço da doença.
Nos testes laboratoriais, o tratamento conseguiu reduzir de forma expressiva os níveis de ceramidas tanto no fígado quanto no sangue, além de diminuir a inflamação e retardar a formação de cicatrizes hepáticas. Segundo os pesquisadores, o método também mostrou ser seguro e estável em diferentes modelos de estudo, sem causar danos a outros órgãos.
O diferencial da abordagem é atacar o problema na raiz — ou seja, o processo genético que leva ao acúmulo de gordura — e não apenas aliviar sintomas. Os resultados abrem espaço para o uso da tecnologia em outras doenças metabólicas, como diabetes, obesidade e problemas cardiovasculares.
Agora, o foco dos cientistas é tornar o tratamento mais duradouro e prático, reduzindo a frequência das aplicações. Se os próximos testes confirmarem o potencial visto até aqui, a terapia pode representar um novo capítulo na medicina de precisão, dando esperança real para quem sofre com o avanço silencioso da gordura no fígado.
Crédito de imagem: Xataka Brasil via Perplexity.
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