A IA encontrou o calcanhar de Aquiles dos vírus: atacar esta vulnerabilidade oculta interrompe a infecção na hora

Um novo olhar sobre tratamentos antivirais

Célula | Fonte: Getty Images
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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A combinação de inteligência artificial (IA) com biologia molecular resultou em uma descoberta fundamental que pode revolucionar o desenvolvimento de tratamentos antivirais. Pesquisadores da Universidade Estadual de Washington usaram a IA para identificar e desativar um "interruptor" molecular crucial que os vírus da herpes utilizam para invadir as células humanas.

O que antes levaria anos de trabalho em laboratório foi alcançado em tempo recorde graças às ferramentas computacionais.

Decifrando a invasão viral

O foco da pesquisa foi a proteína de "fusão" viral, uma estrutura complexa que os vírus da herpes usam para se fundir à membrana celular e iniciar a infecção. Os cientistas tinham conhecimento limitado sobre como essa proteína muda de forma para permitir a entrada na célula — uma lacuna que dificulta o desenvolvimento de vacinas eficazes.

Para resolver esse mistério, os pesquisadores combinaram simulações moleculares detalhadas com o aprendizado de máquina. Eles criaram um algoritmo que analisou milhares de interações entre os aminoácidos (os blocos de construção das proteínas) dentro da proteína de fusão. A IA foi, então, utilizada para classificar e apontar a interação mais influente para o sucesso da infecção.

O bloqueio imediato com um único aminoácido

Ao identificar o aminoácido essencial, a equipe de pesquisadores partiu para testes experimentais. Eles introduziram uma mutação direcionada nesse único aminoácido e observaram um resultado imediato e completo: o vírus da herpes foi totalmente impedido de se fundir com as células e, consequentemente, de invadi-las.

Segundo os pesquisadores, a IA e as simulações foram cruciais para essa eficiência. Testar experimentalmente todas as interações possíveis teria consumido anos. A identificação prévia da vulnerabilidade crítica acelerou a pesquisa consideravelmente. 

Essa estratégia inovadora, que combina o trabalho computacional com a validação em laboratório, abre novas e promissoras direções para o desenvolvimento de terapias capazes de interferir nas proteínas essenciais do vírus, bloqueando a infecção antes mesmo que ela comece.

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