A OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, é uma das pioneiras no desenvolvimento de IA. Isso poderia nos levar a pensar que entre suas equipes estão as maiores autoridades em IA do planeta.
Segundo revelaram os principais responsáveis da companhia, habilidades interpessoais como atitude, curiosidade e iniciativa pesam mais do que um doutorado na hora de selecionar novos talentos para trabalhar na OpenAI.
Em um episódio recente do Inside ChatGPT, podcast oficial da OpenAI, Nick Turley, principal responsável pelo ChatGPT, e Mark Chen, chefe de pesquisa, compartilharam quais são as habilidades e atitudes que realmente valorizam nos candidatos. Suas declarações deixam claro que a OpenAI prioriza a capacidade de aprender acima dos diplomas universitários.
A curiosidade como motor principal
Nick Turley foi enfático ao explicar o que busca nos futuros funcionários da OpenAI: “A qualidade mais importante que procuro não é a habilidade técnica, mas a curiosidade”. Segundo o executivo, essa característica é fundamental para atuar em um ambiente onde tudo está por fazer e “há tantas coisas que não sabemos”.
Turley aconselha os estudantes a focarem em desenvolver sua curiosidade para se adaptar a um mundo em constante mudança. O principal responsável pelo ChatGPT concorda nesse ponto com seu chefe, Sam Altman, que também valoriza talentos que saibam fazer as perguntas certas.
“Acredito que a curiosidade tem sido o principal que busquei, e de fato é meu conselho aos estudantes quando me perguntam: o que faço neste mundo onde tudo está mudando? Há muito que desconhecemos [sobre IA], por isso é preciso ter certa humildade ao desenvolver essa tecnologia, porque não sabemos o que é realmente valioso”, afirmou o executivo. “O verdadeiro gargalo é fazer as perguntas certas, não necessariamente obter a resposta”, completou Turley.
Adaptar-se e continuar aprendendo
Mark Chen, chefe de pesquisa da OpenAI, acrescentou que, em sua opinião, a formação acadêmica não é tudo: “Entrei na empresa como estagiário, sem muita formação em IA. Mesmo na área de pesquisa, que é a nossa, acredito que cada vez é menos necessário ter um doutorado em IA. Acho que este é um campo que as pessoas podem dominar com bastante rapidez”.
Para Chen, o essencial é que os candidatos tenham iniciativa, ou seja, a capacidade natural de identificar e resolver problemas de forma independente. “Trata-se realmente de estar motivado para investigar: ‘Ei, aqui há um problema. Ninguém mais está resolvendo. Vou me aprofundar nele e solucioná-lo’”, explicou o chefe de pesquisa da OpenAI. “Essa atitude proativa e resolutiva é o que diferencia os funcionários que têm sucesso na OpenAI”, disse.
Como lembra o Business Insider, Peter Deng, ex-vice-presidente de produtos de consumo da OpenAI, já explicou esse enfoque em uma entrevista no podcast de Lenny Rachitsky: “Se em seis meses eu ainda estiver dizendo para você fazer algo, contratei a pessoa errada”, já que, na OpenAI, espera-se que sejam os próprios pesquisadores que avancem por conta própria em seus próprios experimentos e descobertas, e não apenas que sigam as instruções de um superior.
Segundo os responsáveis da OpenAI, essas habilidades e a autorresponsabilidade não são garantidas nem pelos diplomas universitários, nem pelos prêmios em concursos de inteligência artificial. A empresa busca pessoas capazes de aprender rápido, se adaptar às mudanças e trazer novas ideias que, talvez, se tornem a próxima novidade do ChatGPT.
Imagem | OpenAI, Unsplash (Mariia Shalabaieva)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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