Há algum tempo, especialistas vêm alertando que o teletrabalho pode prejudicar os funcionários mais jovens, alegando que ele reduz sua visibilidade e sua capacidade de aprendizado, segundo essas teorias. Também há profissionais jovens que sentem que estar longe do escritório os faz perder oportunidades e contatos.
O ex-CEO do Google também afirmou que sabe que as pessoas são mais produtivas em home office, mas apoia o trabalho presencial pelo “benefício” do empregado, sobretudo em temas de visibilidade para crescer profissionalmente. O ex-CEO do Google afirma que trabalhar remotamente tira crescimento e aprendizado dos jovens.
As pesquisas de opinião da Gallup mostram que, de modo geral, as grandes empresas que insistiram em levar as pessoas de volta aos escritórios encontram em seus trabalhadores jovens mais resistência ao retorno em tempo integral do que nos trabalhadores mais velhos. No entanto, segundo a Gallup, os mais jovens também são os menos interessados no trabalho totalmente remoto. Uma nova pesquisa lança luz sobre as possíveis razões.
Em um artigo recente, uma equipe de economistas do Banco da Reserva Federal de Nova York, da Universidade da Virgínia e da Universidade de Harvard descobriu que os trabalhadores mais jovens são efetivamente prejudicados profissionalmente ao trabalhar de casa, recebendo menos treinamento e menos oportunidades de promoção. Os economistas descobriram que o trabalho remoto até contribuía para um desemprego maior entre os trabalhadores mais jovens.
Os jovens passam mais tempo no escritório
Calcularam também que os trabalhadores mais jovens pareciam responder a isso, passando mais tempo no escritório do que os trabalhadores mais velhos nos últimos anos.
Em 100 respostas a um questionário do New York Times, muitos leitores de 30 anos ou menos que puderam trabalhar de casa nos últimos cinco anos disseram que ainda preferiam essa modalidade. Mas, mesmo assim, muitos afirmaram que buscaram passar mais tempo no escritório nos últimos anos. Com frequência, citavam como motivo o sentimento de isolamento, além do desejo de receber mais mentoria e retorno e de melhorar suas chances de promoção.
"Uma das coisas que eu buscava era mais oportunidades no escritório para aprender e fazer perguntas", explicou Kenneth Sullivan, de 30 anos, engenheiro civil que vive na região de Seattle, especializado em projeto e inspeção de pontes.
Um estudo revela que os engenheiros de software de uma grande empresa de comércio eletrônico receberam aproximadamente 20% mais retorno sobre seu código quando se sentavam perto de seus colegas, e que esse retorno beneficiou de forma desproporcional os trabalhadores mais jovens e os recém-chegados à empresa. Os economistas observaram que os engenheiros faziam mais perguntas de acompanhamento quando se sentavam próximos de seus colegas.
Embora pareça contraditório, muitas dessas perguntas foram feitas online, o que sugere que a proximidade física também favorece uma comunicação digital mais intensa.
Imagem | TheStandingDesk (Unsplash)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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