Tem um motivo científico: se um dia você se deparar com esses tipos de cobra, vire o rosto imediatamente

O que fazer para não se tornar alvo de uma serpente venenosa

Cobra-Coral | Fonte: Getty Images
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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A ideia de que as cobras atacam o calor que irradia do rosto é cientificamente válida para as serpentes conhecidas como víboras de fosseta (família Viperidae, subfamília Crotalinae), que incluem a cascavel (Crotalus), a jararaca (Bothrops) e a surucucu (Lachesis). 

No entanto, a afirmação não é verdadeira para todas as serpentes venenosas, como por exemplo, a cobra-coral verdadeira (gênero Micrurus), pois sua orientação é baseada principalmente em sentidos químicos e vibrações, e não por detecção de calor e temperatura.

O órgão responsável por essa detecção de calor é a fosseta loreal (ou órgão termorreceptor). Você pode conferir mais informações em um vídeo da UFRGS mais abaixo.

O que é a fosseta loreal?

As víboras de fosseta possuem um par de orifícios localizados entre o olho e a narina. Esse órgão funciona como um sensor infravermelho altamente sofisticado, capaz de detectar variações mínimas de temperatura.

  • Sensibilidade extrema: a fosseta loreal consegue detectar diferenças de temperatura mínimas.
  • Imagem térmica: ela permite que a serpente crie uma "imagem térmica" da sua presa ou ameaça. O rosto humano, com suas narinas e boca exalando ar quente e úmido, é um alvo térmico proeminente, especialmente em ambientes escuros ou frios.

Visão e Calor

A serpente usa o termorreceptor principalmente para localizar presas de sangue quente (mamíferos e aves) e guiar o bote com precisão cirúrgica.

Em ambientes com luz, a visão e o movimento são fatores cruciais. No entanto, o sensor de calor atua como um sistema de mira avançada, complementando a visão. Ao virar o rosto (ou mover o braço rapidamente, como no vídeo), a assinatura térmica mais intensa e centralizada (cabeça/boca) se desloca.

O ataque da cobra é uma reação defensiva ao movimento e ao tamanho da ameaça. Se a pessoa já está parada, o calor se torna o principal fator de identificação do alvo. Ao virar o rosto, a pessoa retira o alvo térmico principal da linha de ataque, o que poderia, teoricamente, influenciar a precisão do bote ou desviar a atenção da serpente.

Recomendação de segurança

Embora a biologia confirme que a cobra mira o ponto mais quente, a afirmação é um ensinamento útil que reforça a regra principal: a principal regra de segurança ao encontrar uma cobra é a imobilidade.

Qualquer movimento brusco — seja virar o rosto, correr ou recuar rapidamente — é interpretado pela serpente como uma ameaça imediata, ativando o reflexo defensivo de ataque. Se você está parado e a serpente está prestes a atacar, o calor é o que define o ponto exato do bote.

Portanto, existe validade científica em afirmar que algumas serpentes atacam pelo calor. Por via das dúvidas não se mova bruscamente e se afaste lentamente, se possível. Talvez o ideal seja até mesmo não se mexer. A ideia de virar o rosto só faz sentido se o movimento for extremamente lento e você já estiver em uma situação difícil, buscando desviar o centro do alvo.

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