É uma das épocas mais esperadas do ano para os funcionários da Microsoft: quando recebem aumentos e bônus duplos. E, como já é quase uma tradição nas grandes empresas de tecnologia, a transparência (buscada ou não) vem à tona. Centenas de funcionários da companhia de Redmond estão compartilhando seus dados de remuneração em uma planilha colaborativa que já conta com mais de 850 entradas e que foi analisada pelo Business Insider.
A iniciativa surgiu pelos próprios funcionários para que todos conheçam a realidade salarial da empresa. E também para visualizar os altos salários que existem no Vale do Silício. A planilha é preenchida sem que ninguém saiba exatamente quanto um funcionário recebe da empresa. O que é incluído oferece um olhar fascinante sobre a estrutura salarial da Microsoft, detalhando salário base, bônus e pacotes de ações. E isso acontece em um momento crucial para a companhia.
A guerra pelo talento na era da IA
Esses dados não existem no vácuo. A Microsoft está no meio de uma campanha agressiva para atrair e reter os melhores talentos em inteligência artificial, um esforço que impulsionou sua receita a cifras recordes. A empresa não hesita em abrir os cofres, chegando a tentar contratar talentos de rivais como a Meta com ofertas milionárias. Por outro lado, bate recordes de demissões enquanto ainda consegue grandes lucros — algo um pouco incongruente.
De fato, a Microsoft implementou novas diretrizes salariais este ano, com exceções específicas, para competir de forma mais agressiva no mercado de IA. Isso acontece em um contexto paradoxal: apesar de ter demitido milhares de funcionários, a empresa insiste que seu quadro global permanecerá estável, o que indica que os planos de contratação em áreas estratégicas continuam a todo vapor.
Os salários-chave revelados
Embora a compensação no setor de tecnologia dependa em grande parte de ações, o salário base é um indicador importante para comparar a relevância estratégica das diferentes equipes dentro de uma empresa. Com base na análise de quase 300 engenheiros de software nos Estados Unidos, os salários base médios anuais em algumas das divisões mais importantes da Microsoft, segundo a planilha, são:
- Cloud + IA: 204.135 dólares
- Commerce + Ecosystems: 191.597 dólares
- Security: 189.285 dólares
- Azure: 176.035 dólares
- Experiences and Devices (inclui Windows e Surface): 175.123 dólares
- Microsoft AI: 170.456 dólares
- Xbox: 168.831 dólares
- CoreAI: 167.759 dólares

Um olhar fascinante, mas com ressalvas
É preciso tratar esses dados com cautela, pois não são de forma alguma oficiais nem exaustivos, representando apenas uma amostra muito pequena do total de 219.000 funcionários que a Microsoft possui atualmente. Além disso, a informação é completamente voluntária e anônima, podendo estar adulterada.
Por outro lado, é provável que funcionários com salários mais altos ou cargos de maior antiguidade sejam menos propensos a participar desse tipo de documento colaborativo, de modo que os números apresentados podem ser inferiores à média real de toda a empresa.
Um dado interessante destacado pela fonte consultada é que todos esses intervalos salariais autodeclarados por funcionários atuais tendem a ser mais baixos do que os indicados nos guias oficiais da própria Microsoft para novas contratações. Isso pode confirmar esse viés ou simplesmente refletir a política agressiva da empresa para atrair novos talentos com ofertas iniciais muito competitivas.
Imagens | BoliviaInteligente
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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