A alquimia do café: como borra das suas cápsulas de café pode virar gás para abastecer uma fábica

A borra do café que antes seria descartada pela empresa, agora vai virar energia limpa

máquina Nespresso ao lado de cápsulas de café. Créditos: banco de imagens
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Tomar um cafézinho de manhã é parte da cultura brasileira. Nos últimos anos, a bebida começou a ser consumida em cápsulas aumentando a praticidade, mas também o lixo produzido a cada xícara. Mas e se fosse possível utilizar dos resíduos criados pelo consumo da bebida para gerar energia? Pois a Nespresso Brasil acabou de descobrir como transformar a borra do café em biometano. Esse biogás, também conhecido como "gás verde" por ser fonte de energia renovável, será utilizado para abastecer a fábrica da Nestlé em Araçatuba, São Paulo, reduzindo emissões de gases do efeito estufa

Como funciona essa transformação?

Cápsulas de café da marca Nespresso. Créditos: banco de imagens Nespresso estima transformar entre 750 e 850 toneladas de borra de café por ano em biometano.

Na prática, o processo começa com a coleta das cápsulas usadas, separadas no Centro de Reciclagem em Valinhos, em São Paulo. As cápsulas serão levadas para centros especializados, onde o alumínio vai ser separado da borra. O alumínio retorna para a indústria, sendo reintroduzido na produção siderúrgica, enquanto o resíduo orgânico segue para a produção do biogás. Esse tipo de iniciativa não apenas reduz o descarte inadequado das cápsulas, mas também garante que os materiais ganhem novos ciclos de vida em outras empresas, como na Natura, que já transformou mais de 2 toneladas de cápsulas em embalagens da linha Ekos Castanha.

Qual é a importância de transformar o café em biometano?

A iniciativa adotada pela Nespresso Brasil tem por objetivo ajudar a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e a evitar que toneladas de resíduos acabem em aterros sanitários. A estimativa da empresa é transformar entre 750 e 850 toneladas de borra de café em "gás verde" por ano, o que pode evitar a emissão de cerca de 857 toneladas de CO₂ na atmosfera. A empresa está investindo nesse processo a quantia de R$2 milhões, valor que pode crescer com a ampliação do volume de borra reaproveitada.

Nespresso e o comprometimento com a sustentabilidade

Além da produção do biometano, a logística de reaproveitamento das cápsulas também passou por mudanças para reduzir impactos ambientais. O transporte das cápsulas usadas até o centro de reciclagem passou a ser realizado por veículos 100% elétricos. A medida reforça a ideia de uma cadeia produtiva de baixa emissão de carbono, em que cada etapa é pensada para diminuir o impacto ambiental.

Outro ponto importante está na forma como os consumidores participam desse processo. No Brasil, a Nespresso oferece diferentes alternativas para a devolução das cápsulas: mais de 400 pontos de coleta físicos, 34 boutiques da marca e até um serviço gratuito de logística reversa pelos Correios, disponível em todo o país. Eles enviam uma espécie de coletor de papelão gratuitamente junto com o pedido de café, permitindo que as cápsulas que foram usadas pelos clientes sejam armazenadas e enviadas de volta. Cada cápsula devolvida alimenta o sistema de reaproveitamento, fechando o ciclo da circularidade da empresa.

"A circularidade é uma jornada e um compromisso que compartilhamos com nossos consumidores. Hoje, temos a capacidade de receber e dar a destinação correta a todo nosso volume de cápsulas vendido no país e os consumidores, por sua vez, têm se tornado cada vez mais conscientes de suas escolhas. Na Nespresso acreditamos que, juntos, marca e cliente são uma força propulsora em direção a um futuro mais sustentável”, conta Mariana Marcussi, diretora de Marketing e Sustentabilidade da Nespresso Brasil..
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