União Europeia está caçando VPNs: afirma que elas representam um desafio fundamental para a aplicação eficaz da lei

UE já havia levantado preocupações sobre aplicativos de mensagens com criptografia de ponta a ponta

Imagem | Christian Lue (Unsplash)
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Já não é segredo que a criptografia de ponta a ponta está em evidência há algum tempo. Há alguns anos, a União Europeia chegou a solicitar a criação de uma backdoor para acessar mensagens enviadas por meio desses aplicativos, embora o Parlamento Europeu tenha votado contra a medida no final de 2024. A própria Europol também expressou preocupação com a criptografia, alertando que ela impede a detecção de atividades ilegais.

Sabíamos que aplicativos de mensagens com criptografia de ponta a ponta e criptografia nos próprios dispositivos complicam muito o trabalho das autoridades, mas as VPNs também parecem estar na mira da União Europeia. Conforme relatado pelo TechRadar, um novo relatório da UE faz referência direta aos serviços de VPN, afirmando que eles representam um desafio fundamental para a aplicação eficaz da lei.

UE afirma que criptografia e VPNs ajudam criminosos a ocultar suas atividades

O relatório foi publicado há alguns dias pelo Grupo de Alto Nível (HLG) da União Europeia, que desde meados de 2023 vem explorando os desafios que as forças de segurança enfrentam em seu trabalho diário. O objetivo desse grupo é encontrar maneiras de garantir o acesso aos dados pelas autoridades num mundo onde a criptografia de ponta a ponta está se tornando mais comum.

A criptografia de ponta a ponta garante a privacidade, de modo que apenas os usuários que participam de uma conversa têm acesso às mensagens. Graças a essa tecnologia, as mensagens não podem ser interceptadas. Isso se aplica mesmo em caso de ordem judicial, já que nem mesmo as empresas que desenvolvem os aplicativos de mensagens têm acesso aos dados.

Embora a criptografia em aplicativos e dispositivos e as VPNs sejam ferramentas projetadas para proteger a privacidade de seus usuários, especialistas afirmam que elas permitem que criminosos ocultem suas atividades online. O HLG considera que o acesso legal aos dados pelas autoridades é fundamental para garantir a segurança dos cidadãos, mas reconhece que isso não deve violar os direitos fundamentais ou a segurança dos sistemas.

O fato de a União Europeia ter priorizado os serviços de VPN parece estar relacionado ao acesso a metadados, que seriam essenciais para identificar suspeitos e obter mais informações sobre suas atividades na rede. No caso das VPNs, elas mascaram o endereço IP real do usuário, o que pode ser de grande valor durante uma investigação.

Ainda é cedo para saber como será toda essa questão, mas o que está claro é que a controvérsia com a criptografia está longe de terminar. Há apenas algumas semanas, soubemos do caso do Reino Unido, que teria solicitado à Apple a criação de um backdoor no iCloud sob a desculpa de segurança. Para não colocar em risco a segurança dos usuários do iCloud em todo o mundo, a empresa foi forçada a desativar a proteção avançada de dados do iCloud para usuários no Reino Unido.

Imagem da capa | Christian Lue (Unsplash)

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