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Sabemos que a Huawei está focada em seus chips, mas não sabíamos a magnitude: investiu em mais de 60 empresas desde o veto

  • Futuro da empresa chinesa está nos semicondutores, não apenas para smartphones

  • Investimentos da Huawei são resultado de uma nação focada no desenvolvimento tecnológico em todos os níveis

Huawei focada em chips para fortalecimento
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

O fato de a Huawei ter não apenas um, mas dois planos para fabricar chips em 3 nanômetros é uma conquista ao alcance de poucos até agora. E isso só responde a algo que não sabíamos: um investimento gigantesco em empresas para fortalecer sua própria indústria de chips, essencial para o desenvolvimento tecnológico da China.

Depois de surpreender os EUA no passado com celulares como o Huawei Mate 60, a empresa chinesa continuou seu caminho particular que passa pelo seu software: o HarmonyOS Next funciona sem depender do Android (de tecnologia americana). Junto com ele, chips fabricados em solo nacional que, sem dúvida, exigiram grande apoio financeiro e comercial. Agora, sabemos o quão grande ele é.

Huawei se fortaleceu diante do inevitável

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Os vetos dos EUA deixaram a Huawei fora do mercado internacional, mas a empresa chinesa resistiu nesses anos em seu país natal, "revivendo" aos poucos seus smartphones 5G. Surpreendendo até mesmo com conceitos como o triplo Huawei Mate XT ou o Huawei Pura X como um dobrável 'Flip' bastante particular.

Tudo isso acompanhado pelo reluzente HarmonyOS Next, que não é mais compatível com aplicativos Android e marca o primeiro ecossistema de software chinês. No entanto, além desse sistema operacional, o que tem sido importante e relevante tanto para a Huawei quanto para a China são seus chips.

O Kirin 9000S, o Kirin 9010 e o Kirin 9020 têm sido a rota de fuga da Huawei, como semicondutores avançados de fabricação própria. Apesar da falta de máquinas de ponta, a fabricante chinesa tem contado com a indústria local para superar as dificuldades. Agora, encara o futuro com a obsessão pela fabricação "Made in China" em todos os níveis.

Não foi surpresa que a Huawei tenha feito enormes investimentos para reverter a situação, e os números estão aí. Tudo isso dependeu do Hubble, o braço de investimentos da Huawei que veio em seu socorro: desde 2019, após as sanções, a Huawei adquiriu participações em mais de 60 empresas chinesas relacionadas ao setor de semicondutores.

Estas, muitas vezes abaixo de 10% do capital, buscam garantir uma cadeia de suprimentos confiável e incentivar o desenvolvimento de tecnologias alinhadas aos objetivos da Huawei. Mas qual é o objetivo final da gigante chinesa? Superando a dependência da tecnologia ocidental para fortalecer a indústria nacional.

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As empresas associadas à Huawei cobrem todas as fases críticas, como lemos no Nikkei Asia: design de chips, materiais avançados, equipamentos de fabricação, processos de embalagem e teste, etc. Por exemplo, a Suzhou Carbon Semiconductor Technology dedica-se à produção de wafers com nanotubos de carbono, que prometem desempenho superior ao silício tradicional; a Huahai Chengke New Material concentra-se no encapsulamento de memória HBM.

E eles fabricam até sensores ultrassônicos de impressão digital, os mais avançados (ainda disponíveis apenas no segmento de ponta). No entanto, seu parceiro mais importante é a SiCarrier, empresa que desenvolve equipamentos para fabricação de chips: ambas se declaram independentes, mas há especulações de que a SiCarrier possa ser uma antiga divisão da Huawei e que até opere a partir do Hubble.

SiCarrier apresentou recentemente seu primeiro equipamento litográfico, uma demonstração da resiliência da indústria de semicondutores da China SiCarrier apresentou recentemente seu primeiro equipamento litográfico, uma demonstração da resiliência da indústria de semicondutores da China

Outros relatos sugerem que a Huawei está por trás da construção de três grandes fábricas em Guanlan (Shenzhen). Embora essas sejam conquistas palpáveis ​​para a empresa e seu país, ainda há alguns desafios a serem enfrentados: projetados pela HiSilicon e fabricados pela SMIC, seus chips esperam avançar para os próximos laptops. No caso dos PCs, a Huawei substituiu o Windows (assim como faz com o Android) pelo HarmonyOS PC.

Esses semicondutores devem avançar e ultrapassar os 7 nanômetros, e o que se espera é, sem dúvida, uma boa notícia para a China. Aparentemente, os novos computadores terão chips de 5 nanômetros, outra grande conquista? Sem muita convicção: a produção em massa desses chips avançados continua enfrentando desafios em termos de precisão e eficiência em comparação com aqueles que têm acesso aos equipamentos mais modernos.

Em suma, a iniciativa da Huawei com essa vasta rede de mais de 60 empresas representa a construção de uma "muralha da China" tecnológica, uma estratégia de longo prazo que começa a dar frutos. Embora o desafio

Os desafios impostos pela falta de acesso às máquinas mais avançadas são enormes, e a determinação em consolidar um ecossistema de semicondutores "Made in China" é inegável. A Huawei não busca apenas resistir, mas também lançar as bases para competir e tentar recuperar a imagem que já teve.

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