O novo Nintendo Switch 2 é um recado para as outras empresas: jogos acima das especificações técnicas

Nintendo Switch 2 roda 'Cyberpunk 2077'. Essa é toda a informação sobre o poder da nova geração que eles querem que a gente saiba.

Nintendo Switch 2 roda 'Cyberpunk 2077. Imagem: Xataka
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Uma nova geração de consoles é sempre um momento empolgante, e a Nintendo acabou de marcar presença com a apresentação do Nintendo Switch 2. Fomos acompanhando tudo ao vivo, e só posso dizer que o ritmo foi intenso.

Após uma breve introdução para mostrar o console, o evento rapidamente se transformou em uma avalanche de jogos – uma abordagem bem diferente do que empresas como Sony ou Microsoft costumam adotar.

Quando uma dessas duas gigantes lança uma nova geração, costuma dedicar uma boa parte do evento para exaltar as especificações técnicas da máquina. E faz sentido: um novo hardware normalmente significa jogos mais avançados em termos técnicos. Ainda me lembro da apresentação do Xbox One, em 2013, que trouxe poucos jogos e muitas demonstrações gráficas.

A Nintendo adotou uma abordagem diferente: passou rapidamente pelos detalhes técnicos, mencionando quatro ou cinco características, e logo mergulhou em uma enxurrada de jogos. A virada é que esses jogos falam mais do que mil palavras sobre teraflops, velocidades de SSD e largura de banda de memória.

Vou explicar.

Sem enrolação técnica: deixem os jogos falarem

De forma rápida, mencionaram que a tela tem resolução de 1080p, compatibilidade com HDR, suporte a 120 Hz e que o dock oferece saída em 4K. Além disso, destacaram que a nova versão conta com um ventilador mais eficiente para dissipar o calor. E foi isso. Não se aprofundaram em detalhes como densidade de pixels ou largura de banda. A Nintendo parece ter uma visão clara:

  • Se você é gamer, já entende o que esses números significam.
  • Se não é, tudo isso vai soar como outro idioma.

Como resolver essa questão? Simples: com jogos. E eles fizeram isso de duas maneiras. A primeira foi usando 'Metroid Prime 4 Beyond' como exemplo. Não entraram em muitos detalhes, apenas mencionaram que o Switch 2 terá uma versão exclusiva, sem mostrar comparações de modos gráficos, mas liberaram esta imagem:

Original

Gameplay ao fundo e fica claro para todos que teremos dois modos distintos, tanto no modo dock quanto no portátil. Mais uma vez, a Nintendo sabe que, desde 2016, estamos acostumados com apresentações de jogos que oferecem múltiplos modos gráficos, então não há necessidade de comparações a essa altura.

Mas o verdadeiro destaque veio quando começaram a mostrar os jogos de estúdios terceiros. O Nintendo Switch é um console com um catálogo espetacular, repleto de títulos incríveis, mas é fato que algumas franquias populares em PS5, Xbox Series e PC ainda estão ausentes na plataforma.

Original

Pela potência do sistema, jogos como 'Elden Ring', 'Star Wars Outlaws' e 'Cyberpunk' pareciam impensáveis para o console híbrido. Pois bem, não mencionei esses três nomes por acaso – todos eles foram confirmados no Nintendo Direct para o Switch 2.

E não foram só esses: 'Split Fiction', uma versão atualizada de 'Hogwarts Legacy' – que sofria para rodar no Switch original –, 'Hitman', 'Yakuza 0' e até o recente 'Borderlands 4' também tiveram suas versões confirmadas para o Switch 2. A Nintendo evitou nos afogar em uma enxurrada de especificações técnicas e se concentrou em detalhes mais práticos.

Algo como "'Zelda: Tears of the Kingdom' vai rodar melhor e em uma resolução mais alta no Switch 2", mas sem entrar em comparações de pixels, como vimos na apresentação do PS5 Pro. Também mencionaram que "os cartões SD do Switch 1 não são compatíveis com o Switch 2, pois precisam ser do tipo Express, devido às exigências de carregamento dos jogos", mas sem se aprofundar nos detalhes técnicos.

A Nintendo nos bombardeou com jogos que, por si só, já dizem muito sobre o poder técnico do novo console. Eles poderiam ter se perdido em uma enxurrada de especificações sobre o novo chip Nvidia Tegra (e até seria interessante para os mais 'tech', já que não sabemos quase nada sobre o SoC), ou falar sobre o suposto uso de upscaling por IA (algo que também não foi mencionado, então ainda não sabemos se isso está presente ou não).

Mas escolheram outro caminho: deixar que os jogos falem.

E, para mim, essa é uma escolha inteligente, especialmente em uma geração em que, com algumas exceções, a diferença gráfica entre os consoles antigos e os novos não ficou tão clara no momento do lançamento.

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