Star Trek: quanto custaria construir a USS Enterprise de verdade?

Quer ter sua própria Enterprise? Então você já precisaria de um bom capital próprio

Enterprise / Imagem: Paramount
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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Vamos supor que a humanidade quisesse construir hoje uma Enterprise. Quanto isso custaria? É um problema que o universo pós-capitalista de Star Trek nunca enfrentou, mas que, no nosso mundo, é bem real.

Em Star Trek, as naves da Frota Estelar são fabricadas em um estaleiro especial chamado Utopia Planitia, na órbita de Marte. Mas, como até agora só enviamos alguns rovers e sondas ao planeta vermelho, seria necessário construir a Enterprise em partes na Terra, enviá-la ao espaço e montá-la como a Estação Espacial Internacional.

Talvez com contrato de leasing?

A Enterprise do Capitão Kirk, na série original, tem 288 metros de comprimento, enquanto modelos posteriores, como a Enterprise-D do Capitão Picard, têm mais do que o dobro disso. Para estimar quanto custaria uma nave dessas hoje, é preciso um projeto de construção comparável.

O caminho de uma nave espacial para um navio marítimo não é tão distante; o melhor comparativo são os porta-aviões. Com a classe Gerald R. Ford, a Marinha dos EUA entrega não só o maior navio de guerra, com 337 metros, mas também o mais caro.

Embora os porta-aviões dessa classe sejam um pouco mais longos que a primeira Enterprise, eles não são tão altos. Um desses navios custa 13 bilhões de dólares.

Uma Enterprise com proporções semelhantes provavelmente custaria ainda mais — afinal, a nave não precisa ser apenas à prova d’água, mas também hermeticamente selada para o espaço.

Como levar isso para o espaço?

Agora a gente têm, por 13 bilhões de dólares, provavelmente o maior kit de construção do mundo, mas ainda é preciso colocá-lo em órbita. Para isso, é necessário um foguete lançador, como o Pegasus XL.

Como mostra uma missão dos EUA em 2021, custa cerca de 40 milhões de dólares enviar um foguete desses ao espaço. A carga útil é de 450 quilos. Considerando nosso “porta-aviões” de cerca de 100.000 toneladas, seriam necessários 222.222 lançamentos de foguete a 40 milhões de dólares cada.

Isso resulta em custos de transporte superiores a 8,8 trilhões de dólares. Além disso, ainda seria necessária a montagem em órbita, uma tripulação para a nave e os custos contínuos de suprimentos, entre outros.

Se você tiver boa relação com Elon Musk, a Falcon Heavy da SpaceX é uma opção muito mais barata. Segundo dados de 2022, esse foguete leva 26,7 toneladas por voo para a órbita por cerca de 97 milhões de dólares. Seriam então necessários 3.745 voos e aproximadamente 363,3 bilhões de dólares para levar “sua Enterprise” à órbita terrestre.

Nesse contexto, os 13 bilhões de dólares do custo de construção parecem quase um troco.

Os custos de uma Enterprise, portanto, seriam enormes. Claro que a tecnologia necessária para tal projeto ainda não existe — e isso sem contar o motor de dobra. Segundo Gene Roddenberry, criador de Star Trek, ainda temos um pouco de tempo para isso. Zefram Cochrane, inventor do motor de dobra, realiza seu voo de teste — que leva ao primeiro contato com os vulcanos — apenas em 2063.

Este texto foi traduzido/adaptado do site Game Star.


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