Tendências do dia

Montada em duas horas: Japão começa a imprimir estações de trem em 3D

A JR West já planeja expandir essa tecnologia para outras estações

Estações impressas em 3D do Japão são montadas com rapidez e sustentabilidade | Imagem: @handakunihio (X) | JR West Japan
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
igor-gomes

Igor Gomes

Subeditor

Subeditor do Xataka Brasil. Jornalista há 15 anos, já trabalhou em jornais diários, revistas semanais e podcasts. Quando criança, desmontava os brinquedos para tentar entender como eles funcionavam e nunca conseguia montar de volta.

A impressão 3D continua ganhando espaço no mundo da arquitetura. Após as primeiras casas e até centros de dados impressos em 3D, agora é a vez das infraestruturas ferroviárias. A novidade mais recente vem do Japão, onde acaba de ser instalada uma estação de trem construída com essa tecnologia. Segundo os responsáveis, as principais vantagens em relação aos métodos tradicionais são a rapidez e a sustentabilidade.

Como se pode ver nas imagens, não estamos diante de uma estação impressionante pelo tamanho ou design monumental. Pelo contrário: trata-se de uma construção simples, funcional e compacta. À primeira vista pode parecer de plástico, mas, na realidade, foi impressa em concreto. A estrutura, com menos de 10 metros quadrados, apoia-se em várias barras de reforço e conta com duas aberturas para a passagem dos passageiros.

A primeira estação impressa em 3D do mundo

A estrutura foi impressa a poucos quilômetros de distância e posteriormente transportada de caminhão até a estação Hatsushima, na prefeitura de Wakayama, cerca de 96 quilômetros ao sul de Osaka. Lá, foi realizado o acabamento e a montagem final. Naohiro Ohashi, porta-voz da JR West Japan, explicou à NHK que “normalmente, leva-se cerca de dois meses para construir uma estação desse tamanho” e que, neste caso, a prioridade foi a rapidez para concluir a obra. A JR West é uma das empresas que compõem o grupo Japan Railways (JR), que opera na região oeste de Honshu, no Japão.

A montagem da estrutura foi concluída em cerca de duas horas com a ajuda de um guindaste. Todo o trabalho foi finalizado antes da saída do primeiro trem do dia com destino a Wakayama. As peças, que pesam várias toneladas, foram manuseadas por apenas seis operários, incluindo o operador do guindaste. Com essa experiência, a empresa já possui uma estimativa mais precisa do tempo necessário para instalar esse tipo de estação, que faz parte de projetos futuros.

A partir de agora, a empresa avaliará a rentabilidade tanto da construção quanto da manutenção. Dependendo do desempenho dessa primeira estação, consideram estender o uso dessa tecnologia para outras localidades. Eles destacam que a impressão 3D facilita uma renovação planejada das instalações ferroviárias, especialmente diante da crescente escassez de mão de obra. O objetivo, segundo eles, é avançar para uma infraestrutura ferroviária mais sustentável.

Segundo o Nikkei, o edifício atual da estação Hatsushima foi construído em 1948 e atualmente funciona como uma estação sem funcionários. A estrutura antiga, maior, apresentava um desgaste notável e sua manutenção estava cada vez mais cara. A JR West decidiu substituí-la por uma nova versão impressa em 3D, mais ajustada ao nível real de uso e também útil para avaliar o impacto do ar salino que vem do mar.

Inicio