A Rússia embarcou na onda da robótica apesar de ser alvo de inúmeras sanções que impossibilitam um crescimento tecnológico normal. Após a escalada do conflito armado na fronteira com a Ucrânia, o país eurasiático viu como as grandes empresas do setor lhe viravam as costas. No entanto, isso não impediu a apresentação de Aldol, o primeiro robô humanoide da Rússia, que pretende competir com gigantes como a Tesla.
De acordo com sua ficha técnica, Aldol pode funcionar durante seis horas com uma bateria de 48 volts, caminhar a uma velocidade de até 6 km/h, transportar 10 quilos e trabalhar até mesmo sem conexão à internet, tudo isso alimentado (supostamente) por inteligência artificial. O robô, apresentado no dia 10 de novembro em Moscou, representa uma criação humanoide que demonstra o poder da Rússia. Seria tudo lindo, não fosse um problema: ele deu apenas alguns passos e caiu de cara no chão.
A Rússia tem muito trabalho pela frente
Durante a apresentação, o país apostou na espetacularidade para despertar o interesse mundial. Com a música de Rocky tocando, Aldol caminhou até o palco, mas, diferentemente do robô humanoide da Xpeng, ele cambaleava como um idoso e acabou caindo de cara no chão — momento em que dois operadores o arrastaram para fora. Para muitos, esse tropeço foi simbólico, especialmente considerando que o Atlas, da Boston Dynamics, protagoniza há anos vídeos saltando e realizando acrobacias com facilidade.
Vladimir Vitukhin, CEO da Aldol, tentou ver o lado positivo e garantiu que tudo não passou de “entretenimento em tempo real”. Além disso, afirmou que erros bem-sucedidos acabam se transformando em conhecimento, ressaltando que experiências fracassadas também ajudam a identificar o que precisa ser melhorado nas versões futuras. A empresa atribuiu a queda a problemas de calibração e lembrou que o humanoide ainda está em fase de testes — argumentos usados para minimizar o impacto do incidente diante da avalanche de cobertura internacional.
Como era de se esperar, a Rússia não ficou satisfeita com o vexame — especialmente considerando que 77% dos componentes do robô são russos. Mas a meta é ainda mais ousada: chegar a 93% de peças nacionais. Segundo sua ficha técnica, Aldol utiliza 19 servomotores que permitem exibir mais de uma dezena de emoções básicas e centenas de microexpressões, tudo isso com a ajuda de uma pele de silicone capaz de imitar gestos humanos.
Ainda assim, a Rússia tem muito a aprimorar se quiser se tornar uma referência no setor tecnológico.
Este texto foi traduzido/adaptado do site 3DJuegos.
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