Por 20 mil dólares, este robô humanoide promete fazer diversas tarefas domésticas, mas parece que não é tão bom assim

NEO, o robô humanoide da 1X, chega com a promessa de revolucionar a casa inteligente, mas seu desempenho real ainda levanta dúvidas

Crédito de imagem: Divulgação
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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NEO, o novo robô humanoide da 1X, chega ao mercado como se fosse o futuro finalmente batendo na porta, quase que literalmente. Por US$ 20 mil, ou US$ 499 mensais na assinatura, o aparelho promete assumir boa parte da rotina doméstica e transformar a relação entre humanos e máquinas dentro de casa. É o tipo de promessa que parece saída direto de Os Jetsons, mas, como quase sempre acontece nessa nova corrida robótica, a realidade é consideravelmente menos glamourosa.

A empresa, sediada em Palo Alto, descreve o robô como um “companheiro humanoide capaz de transformar a vida no lar”. E nos vídeos de demonstração, ele realmente impressiona: tira o lixo, rega plantas e até arrisca alguns passinhos de dança. Mas, fora da edição polida de marketing, o NEO ainda está longe de ser aquela presença totalmente autônoma que a ficção científica nos acostumou a esperar.

A parte técnica, porém, é respeitável. Com 1,68 m de altura, 30 quilos e estrutura feita de um polímero leve, o robô usa atuadores “a cabo” para se mover com silêncio e precisão. Por dentro, funciona com tecnologia Nvidia, tem quatro horas de bateria e consegue carregar até 25 kg. Ele também vem com câmeras olho-de-peixe, microfones, um sistema de som próprio e até um traje lavável — sim, o robô tem roupa.

Apesar de todo esse aparato, usar o NEO exige paciência. Ele chega em uma caixa, como qualquer eletrodoméstico, e funciona por modos: tarefas, companhia e autonomia. Ele já sabe executar algumas rotinas simples — limpar, organizar, lavar roupas —, mas qualquer tarefa nova requer uma sessão supervisionada com especialistas da 1X. Em outras palavras, você não está exatamente comprando um mordomo futurista; está contratando um avatar high-tech para um estranho ter acesso à sua casa pela Internet — já que ele contra por VR o robô para aprender essas novas tarefas.

A empresa promete que, com o tempo, o NEO evolui e se torna mais independente graças ao sistema Redwood AI, capaz de interpretar comandos e agir sozinho. Mas esse “com o tempo” é justamente o ponto: hoje, ele ainda depende bastante de orientação. E pior — apesar das mãos à prova d’água, ele não é resistente à água. Ou seja, nada de ajudar na área externa ou sob chuva.

Ainda assim, o robô já faz coisas curiosas: sugere receitas a partir da geladeira, ajuda a encontrar objetos perdidos e até ensina idiomas. Só não espere que ele cozinhe para você — as habilidades culinárias ainda são limitadas, segundo a própria 1X. Joanna Stern, do The Wall Street Journal, fez um vídeo mostrando o robô em atividade e você pode ver que ele demora 5 minutos para fazer algo simples como colocar itens na lava-louças — e parece sofrer bastante para fechar a máquina.

Com entrega prevista para 2026, o NEO surge em um mercado que inclui experimentos de gigantes como Tesla e Figure AI, mas é o primeiro realmente disponível para consumidores. Ele está longe de ser perfeito, mas é, de fato, o primeiro passo concreto rumo ao lar futurista que a tecnologia insiste em prometer. Se vai valer os 20 mil dólares? Aí já é outra história.


Crédito de imagem: Divulgação.

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