À medida que 2025 começa, a BBC fez a pergunta: é possível para a Ucrânia suportar mais um ano de guerra? A resposta certamente está ligada a outra igualmente importante: a possibilidade de arquivar a disputa por meio de um acordo entre as partes. Enquanto isso, o conflito não cessa, e tanto a Ucrânia quanto a Rússia parecem estar copiando estratégias contra drones de combate.
Buggies "vitamínicos"
Primeiro foi a Ucrânia e agora as forças russas seguiram com o desenvolvimento de buggies improvisados equipados com armas projetadas especificamente para combater drones. Essas unidades, baseadas no chassi do popular 4x4 Lada Niva, apresentam uma torre que inclui 24 armas que disparam munição semelhante a chumbinhos, juntamente com uma montagem traseira manual com seis rifles AK-12 alinhados em uma fileira.
Além disso, os veículos incluem lançadores de contramedidas térmicas, como sinalizadores, destinados a cegar a óptica dos drones inimigos, especialmente câmeras infravermelhas e de visão noturna. Como dissemos, o desenvolvimento faz parte de uma estratégia tática para enfrentar o uso massivo de drones por ambas as partes no conflito, uma solução adaptável em um ambiente de guerra tecnológica cada vez mais complexo.
Design e sistema de 24 armas
O elemento central desses veículos é o sistema de 24 armas montado em uma torre operada remotamente. Esse tipo de arma é configurada para disparar chumbinhos, cria uma ampla área de impacto que permite que os drones sejam interceptados em baixa altitude. Na parte traseira, os AK-12s oferecem suporte adicional contra alvos terrestres e aéreos.
O design de 24 canos busca maximizar o dano e a chance de acerto, disparando uma rajada simultânea para atingir alvos difíceis. Em todo caso, e embora ambas as abordagens pareçam rudimentares, elas refletem a urgência de ambas as partes no conflito em adaptar soluções baratas e rápidas em um ambiente onde os drones transformaram a dinâmica do combate.
Limitações
De acordo com analistas, apesar de seu uso generalizado, a eficácia dessas espingardas e armas semelhantes no combate a drones não é tão clara. Testes feitos por forças ucranianas mostraram que, mesmo com acertos diretos, a munição convencional de espingarda não é suficiente para neutralizar drones modernos, que podem continuar a operar após receber danos menores. Além disso, a falta de penetração em distâncias maiores é um problema crítico, limitando o uso efetivo dessas armas em cenários dinâmicos e de alto risco.
E há outro perigo: a necessidade de recarregar rapidamente o sistema de 24 armas após o disparo pode comprometer a capacidade de resposta em situações de múltiplos ataques, destacando a necessidade de desenvolver munições especializadas que melhorem o alcance e os efeitos terminais dessas armas.
Necessidade de inovar no combate
O que parece bastante claro é que o uso massivo de drones por ambos os lados criou uma espécie de corrida armamentista tecnológica no campo das contramedidas. Drones Kamikaze FPV e aqueles que lançam pequenas munições se tornaram símbolos do combate moderno, impulsionando a necessidade de soluções defensivas que podem ser rapidamente implantadas localmente.
Do outro lado estão as armas cinéticas, como as usadas nesses buggies, que representam a última linha de defesa, embora os especialistas não sejam tão claros sobre isso e defendam abordagens mais integradas e multifacetadas para enfrentar tais ameaças. Na verdade, ferramentas de guerra eletrônica estão sendo implementadas junto com elas para interferir nas comunicações e sistemas de navegação de drones, criando uma abordagem defensiva em várias camadas.
Imagem | Russian MoD/X
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